segunda-feira, 31 de janeiro de 2011
Mistérios:O Livro de Dzyan
É difícil saber quem foi o primeiro a fazer alusão a um livro trazido aos indianos e proveniente do planeta Vênus. Parece ter sido o astrônomo francês Bailly, no fim do século XVIII, mas é possível que haja referências anteriores.
O francês Louis Jacolliot, no século XIX, parece ter sido o primeiro a batizar esse livro de As Estâncias de Dzyan. Desde meados do século XIX, pode notar-se uma série de acidentes acontecidos a pessoas que pretenderam possuir essas estâncias. Mas foi com a ascensão e queda de Madame Blavatsky que a história das Estâncias de Dzyan apareceram em toda sua extensão.
O melhor livro, em francês, sobre o assunto, foi escrito por Jacques Lantier: “A Teosofia” (CAL). Falarei de Madame Blavatsky somente o que me parece necessário para compreender a história fantástica das Estâncias de Dzyan.
Helena Petrovna Blavatsky nasceu na Rússia em 30 de julho de 1831, sob o signo de múltiplas calamidades. Desde o seu batismo, a coisa teve início: a casula do sacerdote pegou fogo e ele ficou gravemente queimado, e muitas pessoas que assistiam feriram-se, tomadas de pânico. Após esse brilhante começo, desde a idade de cinco anos, Helena Petrovna Blavatsky espalhava o terror em torno de si, hipnotizando seus companheiros de brinquedo: um deles se lançou no rio, afogando-se.
Com a idade de 15 anos começou a desenvolver os dons da clarividência, inteiramente imprevistos, e passou a descobrir criminosos que a polícia era incapaz de desmascarar.
A loucura começou a espalhar-se e queria-se colocar a jovem na prisão até que fornecesse de suas atividades e de seus dons explicações racionais. Felizmente, a família interveio: casaram-na, pensando que se acalmasse, mas ela escapou e embarcou em Odessa para Constantinopla. De lá, chegou ao Egito.
Uma vez mais, voltamos às mesmas pistas do primeiro capítulo: o Livro de Toth, as obras que escaparam do desastre de Alexandria.
Fosse como fosse, no Cairo, Madame Blavatsky viveu com um mágico, de origem copta, grande letrado muçulmano. Este lhe revelou a existência de um livro maldito, muito perigoso, mas que ele lhe ensina a consultar por clarividência. O original, segundo o mágico, está num mosteiro do Tibet.
O livro chama-se “As Estâncias de Dzyan”.
Segundo o mágico copta, o livro revelaria segredos provenientes de outros planetas e referentes a uma história de centenas de milhões de anos.
Como disse H. P. Lovecraft:
“Os teólogos anunciam coisas que gelariam o sangue de terror se eles não as anunciassem com um otimismo tão desarmante quanto beato.”
Desejou-se procurar a origem dessas estâncias. Meu amigo Jacques Van Herp crê ter encontrado uma num obscuro artigo do “Asiatic Review”, que Madame Blavatsky, provavelmente, não teve nunca ocasião de consultar.
Pode-se dizer, ao menos, que Madame Blavatsky, cuja imaginação era sempre muito viva, deixa-se levar por relatos fantásticos que correspondem a uma tradição muito antiga. Se levarmos a hipótese ao máximo, podemos imaginar qualquer coisa. Casos de clarividência excepcional existem. Outro bom exemplo disso é o de Edgar Cayce. Que Madame Blavatsky tenha lido, realmente pela clarividência, uma obra extraordinária, não é, talvez, de todo impossível.
Mais tarde ela pretenderá possuir, sob a forma de um livro, essas Estâncias de Dzyan. Deixando o Cairo, rumou a Paris, onde viveu dos subsídios do pai. Depois em Londres, depois na América, onde tomou contato com os Mórmons e estudou o Vodu.
Depois disso, tornou-se assaltante no faroeste – não exagero, é histórico.
Voltou depois a Londres onde pretendeu encontrar um certo Kout Houmi Lal Sing. A propósito desse personagem, quatro hipóteses foram emitidas.
1º - Só existiu na imaginação de Madame Blavatsky.
2º - Jamais existiu, mas era a projeção de forças mentais provenientes de adeptos que viviam na Ásia.
3º - Era um hindu, agente de uma sociedade secreta que manipulava Madame Blavatsky para fazê-la instrumento da independência da Índia. Tal tese parece ser preferida por Jacques Lantier, que é policial de profissão.
4º - Esse personagem era agente do Serviço de Inteligência.
Essa quarta tese se encontra na literatura soviética, onde Madame Blavatsky é considerada, com todo seu trabalho, como um instrumento do imperialismo inglês.
É interessante notar que um século depois desses acontecimentos, depois de milhares de artigos e centenas de livros, nada se tenha conseguido saber sobre esse personagem designado pelas iniciais K.H. Estamos no terreno das conjecturas, mas não é excluso afirmar que as quatro hipóteses propostas sejam todas falsas.
Seja como for, K. H. manteve correspondência com Madame Blavatsky. Uma parte dessas cartas foi publicada. Entre outras coisas, falava do perigo das armas construídas com energia atômica, e da necessidade, conseqüentemente, de guardar certos segredos. Isto há cem anos! Encontra-se um eco dessas cartas no romance de ficção científica de Louis Jacolliot, “Os devoradores de fogo”, onde se assiste já à conversão total da matéria em energia.
Tais cartas contém muitas outras coisas. À medida que as recebia, Madame Blavatsky, mulher inculta cuja biblioteca era composta unicamente de romances baratos comprados em estações de trem, tornava-se, bruscamente, a pessoa melhor informada do século XIX, no que concerne às ciências. É suficiente ler livros como “A Doutrina Secreta”, “Ísis Desvendada”, “O Simbolismo das Religiões”, livros estes que ela assinou, para constatar uma imensa cultura que ia da lingüística (ela foi a primeira a estudar a semântica do sânscrito arcaico) até a física nuclear, passando por todos os conhecimentos de sua época, da nossa, e por algumas ciências ainda não inventadas.
Pode-se alegar que seu secretário, George Robert Stow Mead, era um homem de grande cultura. Mas Mead só encontrou Madame Blavatsky em 1889 e não ficou com ela senão os três últimos anos de sua vida. De mais a mais, se esse antigo aluno de Cambridge conhecia muito bem os problemas relativos ao gnosticismo, não tinha essa cultura universal, tão avançada para a época, que se manifestava na obra de Madame Blavatsky.
Esta pretendeu sempre que suas informações provinham das Estâncias de Dzyan, que ela consultara à distância, primeiramente, e que depois recebera dos indianos um exemplar. Não se sabe onde ela teria aprendido o sânscrito: isto faz parte do mistério.
Fonte:mortesubita.org
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