domingo, 20 de março de 2011

Judas Iscariotes no Mundo Espiritual



Conta-nos Humberto de Campos, através da mediunidade de Francisco Cândido Xavier sob o pseudônimo de "Irmão X", num dos seus livros (Crônicas de Além Túmulo) psicografados por Chico há alguns anos, que, certa feita, na época em que se comemora a Páscoa aqui na Terra, encontrou-se no mundo espiritual com o espírito de Judas Iscariotes nas cercanias de Jerusalém, palco de tantas lutas por ocasião da grandiosa missão do Cristo no Mundo.O conhecido apóstolo, no entanto, estava emudecido, sentado em uma pedra, olhos fixos na "Cidade Eterna", como a relembrar antigos episódios e cenas de que participara há cerca de dois mil anos. Observou, todavia, que alguma tristeza passava por seu semblante sereno e puro.Ficou a observá-lo por alguns minutos, receava incomodá-lo por vê-lo tão absorto em pensamentos profundos. Porém, munindo-se de coragem, resolveu se aproximar daquele que pertencera ao colégio dos apóstolos de Cristo, convivera com todos os demais companheiros, mas que, envolvido nos acontecimentos por todos conhecidos, deixara lembranças que o apontavam como terrível traidor, aquele que entregara Jesus aos algozes cruéis e, por conseguinte, ao fim doloroso na Cruz. O antigo companheiro de Jesus, ao notar a aproximação de Humberto, recebeu-o com leve sorriso, que denotava simpatia e maturidade. Não se fez de rogado, abraçou-o ternamente e iniciaram interessante diálogo, que se estendeu o suficiente para Humberto de Campos notar a estatura moral e a lucidez revelada por Judas.


A Versão de Judas Sobre As Acusações de Traição

Ousou perguntar o inesperado repórter: Como analisa hoje os acontecimentos daquela época?Mais ainda, como vê a sua própria participação nos infaustos acontecimentos que redundaram na morte de Jesus?Brilharam os olhos de Judas Iscariotes diante da intrigante pergunta. Voltou-se depois novamente para Jerusalém e agora, olhar perdido no infinito do tempo, como que buscar o Cristo que tanto amara na tela mental de suas mais queridas e, ao mesmo tempo, mais tristes recordações, permaneceu mudo por alguns minutos. Humberto chegou a culpar-se pela pertinaz pergunta que tantas recordações traziam à tona.No entanto, revelando profunda ternura nas palavras e reconhecida luz no coração, que lhe cobria todo o peito, o inolvidável apóstolo esclareceu solenemente:

- Na verdade, não era meu propósito, naquela ocasião, que os acontecimentos seguissem os caminhos que seguiram. Não pretendi e não quis trai-lo como os registros humanos assinalam. Fui igualmente surpreendido pelos fatos que se desdobraram celeremente, como se houvessem sido premeditados. Quando dei por mim e percebi que a confiança que depositara nos poderosos de então fora corroído pela desonestidade e deslealdade dos mesmos, arrependi-me tenazmente, mas já era tarde. Remoído pelo peso do remorso, e mais terrível dos, e vendo o Mestre querido, que amava acima de todas as coisas do mundo, sendo massacrado por seus algozes, fui acometido por tão forte desespero que me conduzi ao ato insano que todos conhecem(Judas se suicidou). No entanto, hoje, redimido pela dor, venho sempre aqui nesta época em que se comemora no mundo a Sua Divina Presença, reconhecida agora como a do mais elevado Emissário de Deus à Terra. A própria vibração dos humanos, que ainda me condenam, atrai-me para estas plagas. Constato, porém, que, se no desenrolar daqueles fatos de dois mil anos atrás rolaram trinta moedas a simbolizar o acordo de então, no decorrer dos séculos seguintes e até hoje o Cristo continua sendo vendido a troco e a rodo por outras tantas moedas, quando não pela vaidade vil, pela lisonja criminosa, pelo comércio das coisas santas, pelo uso indevido do nome de Deus. As moedas continuam a ser trocadas e ninguém se mata por isso. Por isso venho aqui nestas ocasiões para orar com mais fervor, pedindo aos céus que fortaleçam os homens na mensagem de Jesus, única e verdadeira homenagem que podemos prestar para aquele que disse: "Nisto conhecereis que sois meus discípulos, por muito vos amardes; aquele que me ama, segue as minhas palavras".
Judas se calou, mas Humberto de Campos pôde notar que neste instante, grossas lágrimas vertiam de seus olhos, ao mesmo tempo em que raios de intensa luz partiam de seu coração em direção ao alto, demonstrando o elevado espírito que tinha diante de si. Humberto se afastou, deixando Judas ainda a meditar.





Aprender a não Julgar, Perdoando Sempre


Amigos, se temos a pretensão de tentar entender os ensinamentos deste sábio Jesus, o mais puro espírito que Deus já enviou a Terra para encaminhar os homens, aprendamos desde agora que não mos cabe julgar Judas Iscariotes e que, se Jesus, que é Jesus, o perdoou, por que assim reza Sua doutrina de luz, quem somos nós para julgá-lo e condená-lo? Somos ou não somos Cristãos?Qualquer que seja sua religião pense em Judas como um irmão seu, amigo de Jesus, que conviveu com Ele, compreendeu-o e o perdoou.
É o que Cristo espera de todos nós. Não atiremos pedras. "Aquele que estiver sem pecado..."

Fonte:ieamigosdapaz.blogspot.com

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