sábado, 3 de setembro de 2011

Tibet,o teto do mundo


A história do Tibete começou há cerca de 2.300 anos quando, em 127 a.C., uma dinastia militar se fixou no vale de Yarlung. Esta dinastia reinou sobre o país durante cerca de oito séculos. Após centenas de anos voltados para campanhas militares que investiam sobre as terras vizinhas, em 617 d.C. o Imperador Songtsen Gampo começou a transformar a civilização feudo-militar em um império mais pacífico. Seu reinado durou até 701 d.C., e seu legado foi imenso: ele criou o alfabeto tibetano; estabeleceu e escreveu o sistema legal tibetano baseado no princípio moral, que naquela época já mencionava a importância da proteção do ambiente e natureza; patroneou o budismo e construiu vários templos, como o Jokhang e o Ramoche.Seus sucessores continuaram a transformação cultural e, a partir do século VII, o país se tornou o centro do Lamaísmo, religião baseada no budismo.O país se manteve independente até a invasão mongol, no século XIII, quando, segundo os chineses, se deu a incorporação do Tibete à China - o que é contestado pelos historiadores tibetanos. As relações entre China e Tibete continuaram conturbadas nos séculos seguintes, com os tibetanos reavendo sua autonomia e os Dalai Lamas - líderes religiosos - assumindo o poder de Estado a partir do século XVII, instaurando uma teocracia.

Em 1720, uma nova invasão iniciou outro período de interferência da China nos assuntos tibetanos. Em 1912, com a queda da dinastia Ching, os tibetanos conseguiram readquirir sua independência e expulsaram da região tropas e oficiais chineses. Em 1913, numa conferência realizada em Shimla, na Índia, britânicos, tibetanos e chineses decidiram que o Tibete seria dividido: uma parte seria anexada à China e permaneceria sob soberania chinesa e outra parte seria autônoma. Porém, o acordo nunca foi ratificado pelos chineses.Em 1918, as relações já estremecidas entre o Tibete e a China resultaram em um conflito armado entre as duas nações. A Inglaterra interveio para tentar negociar uma trégua. Mas esse esforço dos ingleses não foi bem sucedido.Em 1933, a morte do 13º Dalai Lama enfraqueceu ainda mais o Tibete.Em 1950, o recém-instalado governo comunista de Mao Tsé-tung invadiu o Tibete, que foi anexado como província. A oposição tibetana foi derrotada numa revolta armada, em 1959. Em conseqüência, o 14° Dalai Lama, Tenzin Gyatso, retirou-se para o norte da Índia, onde instalou um governo em exílio.

Em 1965, o Tibete foi declarado região autônoma dentro da China, embora o governo de Pequim tenha começado uma campanha de assimilação do país, promovendo o envio de colonos chineses e de supressão da cultura tibetana. Ao longo dos anos 1960, o poder da teocracia tibetana foi quebrado e foi introduzida a educação secular. Na Revolução Cultural chinesa, iniciada em 1966, intensificou-se a destruição de monastérios budistas e milhares de monges e freiras foram assassinados, torturados ou presos.Exilado na Índia, juntamente com cerca de 120 mil tibetanos, o Dalai Lama se tornou o embaixador da causa tibetana pelo mundo. Em 1989, ganhou o Prêmio Nobel da Paz por sua luta - sempre pelas vias pacíficas - pelos direitos humanos no país e no mundo. Recentemente, passou a defender uma maior autonomia - e não mais a independência - do Tibete, o que Pequim, no entanto, ainda considera traição e pregação do separatismo.O Tibete é hoje considerado pela China como uma região autônoma chinesa. Conhecido como o "teto do mundo" por seus picos nevados, as montanhas do Tibete têm, em média, 4875 m, com destaque para a Cordilheira do Himalaia.
Fonte:oglobo.com.br


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