sábado, 7 de abril de 2012

Os Estigmas


Que são estigmas ? - “Estigma” quer dizer MARCA, CICATRIZ, SINAL. Também tem o significado de “sinal infamante, ferrete”. Mas o significado que nos interessa para responder ao leitor, seria: são as "cinco marcas de Cristo"... Enfim, podemos definir os ESTIGMAS como feridas que surgem nas mãos e pés e, às vezes, nos flancos e cabeça, como duplicação dos ferimentos sofridos na cruz por JESUS, o CRISTO. COMO EXPLICAR OS ESTIGMAS? O assunto é bem interessante e polêmico... Uns acreditam que os estigmas são verdadeiros “milagres”: esta é a opinião dos místicos, incluídos aqui muitos CATÓLICOS, como o Padre passionista TITO PAOLO ZECCA, por exemplo.
Outros advogam que, em quase todos os casos, haveria “embuste, fraude”; essa é a tese defendida pelos cépticos, como ROBERT TODD CARROL, por exemplo.
A maioria dos estudiosos - incluídos alguns católicos - argumenta com base científica, através de pesquisas, que os estigmas apareceriam em pessoas “histéricas”, isto é, seriam pessoas com uma neurose, que hoje vem sendo denominada “transtorno conversivo”, na qual os elementos “sugestão e mimetismo (imitação)” atuariam de maneira importante para a produção dos estigmas. Uma variante desse ponto de vista é dado por aqueles que explicam o fenômeno como “transtorno psicossomático”. Embora haja diferenças entre “transtorno conversivo” e “transtorno psicossomático”, eles serão tratados aqui como sinônimos para os nossos objetivos neste artigo; isto é, são transtornos provocados “psicogenicamente” (causados por conflitos psíquicos, não-orgânicos).



 


OS ESTIGMAS NA VISÃO CATÓLICA – FRAGMENTOS DE UMA ENTREVISTA

 A maioria dos católicos acredita em que os “estigmas” seriam um sinal do que CRISTO sofreu durante a Paixão e o aparecimento das marcas, das feridas, na pessoa seria a reprodução desses estigmas, isto é, haveria uma configuração e “imitação de JESUS”, e isso ocorreria por intercessão da "Graça Divina", da qual os que exibem estigmas sentem-se indignos...
Na realidade, a visão católica admite o fenômeno como “milagroso” e os estigmatizados foram, em sua esmagadora maioria, considerados "santos", sendo canonizados. Assim, os estigmas são interpretados como uma "missão particular" que os "santos" e "bem-aventurados" teriam para o desenvolvimento da Igreja; é essa a opinião do Padre passionista TITO PAOLO ZECCA, professor de Teologia pastoral e espiritualidade na Universidade de Latrão e Ateneu Pontifício Antoniano de Roma, considerado uma autoridade no assunto...
Em entrevista de 13/04/01, concedida à Agência ZENIT, publicada na Internet pelo site Catholic New World, ao ser perguntado pelo significado histórico do estigma, disse o Padre ZECCA:
"É um fenômeno particular de espiritualidade e misticismo ocidental. Desde São Francisco, tivemos um número significativo de santos e bem-aventurados que viveram a experiência desconcertante de reproduzir os estigmas de Cristo em seus corpos.(...) Até hoje, a pesquisa tem enfatizado o caráter da configuração e imitação de Jesus, que se origina da intensa relação que essas pessoas tiveram com Ele. Entretanto, tem sido feita uma análise muito pequena do papel que estes santos e bem-aventurados tiveram na Igreja (...)”.
A Agência ZENIT pede, então, que cite um caso concreto e ele responde:
"Por exemplo, São Francisco de Assis recebeu os estigmas quando todos os seus planos santos - fundação da ordem, aprovação da regra primitiva, viagem à Palestina - falharam. Ele estava só e abandonado. Foi consolado por ter sido identificado com o Crucificado, e ainda, simultaneamente, o sofrimento dos estigmas se tornou um bem para a ordem e uma mensagem para toda a Igreja.
O sucessor de São Francisco, Frei Elias, compreendeu o significado dos estigmas, e enfatizou isto em sua carta a todos os fiéis."
Enfim, segundo o Padre ZECCA - conhecedor do assunto -, os “estigmas” não devem ser vistos, meramente, como uma curiosidade ou como caráter de "imitação de Cristo" somente; mas, sim, com o significado mais geral de inspiração espiritual e propagação social do bem e do significado da crucificação de JESUS, isto é, do seu caráter “salvacionista”...




Prosseguindo em sua resposta à pergunta anterior, ele procura fundamentá-la:
"(...) Esta mesma mensagem e missão dos estigmas pode ser vista em Santa Margarida, Maria de Pazzi e Santa Catarina de Sena. No século que terminou, esta missão foi claramente vista em pessoas como Santa Gemma Galgani [falecida em 1903], Bem-aventurado Padre Pio de Pietrelcina [1887-1968] e Marta Robin [mística francesa, falecida em 1981], cujos escritos estão sendo estudados antes do início do seu processo de beatificação".
E diz, ainda, em sua resposta:
"(...) Marta Robin ficou acamada por 40 anos. Assim como Gemma Galgani e Padre Pio, ela inspirou muitos grupos de espiritualidade e oração ao redor do mundo".
A conclusão final do Padre ZECCA é:
"De certa forma, todos nós temos os estigmas, porque no batismo somos submersos na vida de Cristo, que nos permite participar no mistério pascal de sua morte e ressurreição. (...) Em uma palavra, os estigmas representam a ação consciente da cruz, vivida espiritualmente".
Como podemos deduzir das palavras do Padre ZECCA, para admitirmos o significado que ele empresta aos ESTIGMAS seria necessário aceitar uma série de dogmas, católicos:
1- a salvação pela fé, através do batismo na Igreja, em função do pecado original;
2- JESUS seria DEUS e homem, simultaneamente;
3- morte e ressurreição de JESUS no mistério pascal.
Ou seja, teríamos de ser partidários da “religião católica”... Como não admitimos “dogmas” e não somos católicos, as palavras do Padre ZECCA em relação aos estigmas não nos acrescenta coisa alguma, são somente elucubrações teológicas, que distam um pouco da realidade dos fatos, a nosso ver. Entretanto, uma minoria de católicos, tem uma visão menos sectária, mais abrangente, como veremos um exemplo mais adiante.

 


OS ESTIGMAS ESPONTÂNEOS OCORREM RARAMENTE

O número de casos de pessoas que tiveram a experiência da formação “espontânea” dos estigmas podem ser contados em todo o mundo a partir do século XIII; curiosamente, eles começam a ser observados a partir de FRANCISCO DE ASSIS e, até abril de 2001 havia "250 casos de santos e bem-aventurados que tiveram os estigmas", segundo a Agência ZENIT (católica); e, mais recentemente, segundo o Padre MICHAEL FREZE, "na História da Igreja houve 321 casos de estigmatizados, em que 62 foram canonizados".
Não há dúvida, entre as autoridades sobre o assunto, de que o fenômeno dos estigmas, espontâneos, é de ocorrência rara, raríssima. A explicação para essa raridade seria o caráter milagroso deles, a ocorrência nos "eleitos" de DEUS, mas não é a única; pois, a fraude e predisposição a transtornos histéricos (ou conversivos) seriam outras explicações não menos convincentes... Fato pouco discutido é que os fenômenos dos estigmas “repetem-se” na mesma pessoa, demonstrando que a sua ocorrência não seria tão rara assim, como foi o caso da jovem MYRNA NAZZOUR, de Soufanieh (lugarejo de Damasco, Síria), católica ortodoxa, que recebeu os estigmas pela primeira vez, no dia 25 de Novembro de 1983, uma sexta-feira, e ainda mais três vezes nos anos de 1984, 1987 e 1990, COINCIDINDO SEMPRE COM A SIMULTANEIDADE DA “SEMANA SANTA” DAS IGREJAS CATÓLICA E ORTODOXA.
 Fonte:oarquivo.com.br

Nenhum comentário:

Postar um comentário