sexta-feira, 29 de junho de 2012

O Canto dos Pássaros






FISIOLOGIA DAS AVES - O CANTO
Por que cantam as aves 
Quando um pássaro abre o bico e lança o seu canto, ele não esta executando um ato voluntariamente artístico. Seu objetivo é outro : ele está de alguma forma se expressando ou manifestando um sentimento específico. E como cada uma das milhares de espécies canoras possui o seu linguajar próprio ao ornitólogo de ouvido experiente se torna fácil identificar a presença desta ou daquela espécie, mesmo que a ave esteja invisível no emaranhado vegetal. Aliás, nos cada vez mais sofisticados laboratórios de bioacústica, as gravações das vocalizações tem inclusive permitido aos estudiosos das aves a diferenciação de espécies gêmeas cujas plumagem e morfologia davam margem a classificações errôneas. E nesses mesmos centros de pesquisa, as vozes das aves estão sendo dessecadas, para melhor possibilitar a cmpreensão dos fenômenos da vocalização e da música instrumental.





Fisiologia do canto
 
Enquanto o homem e outros mamíferos possuem sonoridade a partir da laringe, a caixa de voz dos passeriformes se situa na siringe localizada na parte inferior da traquéia. Descobriram os técnicos em bioacústica que a capacidade daquele órgão se reflete na amplitude auditiva da ave. Cada espécie de ave canora reage melhor às freqüências  das quais se compõe sua própria vocalização, a qual abrange até oito oitavas. Segundo Crawford Greenewalt autor de Bird Song: Acoustics and Physiology, " os passaros não possuem ressonâncias propiciadas pelas cavidades humanas". 
 Com isto, os estudiosos da fisiologia do canto dos pássaros chama a atenção para um fato importante. Enquanto nas aves a siringe é de certa forma o único aparelho formador do som, nos humanos, além da laringe, entra em jogo a complexidade do aparelho fonador que modula o timbre. Mesmo assim as aves conseguem realizar façanhas maravilhosas, inclusive emitir 45 notas por segundo. E, no tocante a duração do canto, certas aves conseguem a proeza de estende-lo por mais de sete minutos. Isto só é possível porque ela respira enquanto canta, ficando esta ação expressa no ritmo.
 Há no entanto pássaros que produzem música instrumental, ou seja, aquela que a siringe não é chamada a participar. A manifestação sonora é produzida pelo estalar dos bicos, pelo chocar de penas e mesmo nas vias respiratórias --- sem interferência da siringe --- através de almofadas de ar que certas aves apresentam no tórax. Nestes casos, a comunicação acústica prescinde a siringe e inexiste vocalização até mesmo nos atos de corte e sedução que precedem o acasalamento.




Todo pássaro canoro tem inscrito em seu código genético as instruções que lhe permitem emitir as vozes de chamada, manifestações sonoras básicas como gritos ou pios que as caracterizam. O canto e suas variantes são aprendidos com indivíduos adultos da mesma espécie, e certos pesquisadores chegam a afirmar que um pássaro jovem necessita de cerca de cem dias para dominar a vocalização característica de sua espécie. Deste modo fica claro que o estímulo social faz parte do processo de aprendizado. Sem estímulo os pássaros não aprendem os cantos. E, tanto isso é verdade que a falta de exemplos sonoros pode levar a deformações. Não são raras as aves que afastadas do convívio de seus pares acabam adquirindo o meio de expressão de outra espécie. 
Tal fato não deve ser confundido com a facilidade que certos pássaros tem de arremedar a expressão vocal alheia. É o caso, por exemplo, dos papagaios que chegam a imitar a voz humana. Para muitos ornitólogos  o fenômeno deve ser creditado a uma relação intima e constante. Na natureza o gaturamo-verdadeiro (Euphonia violacea) e capaz de imitar a voz de até dezesseis outras aves. No entanto, é preciso esclarecer que estas imitações se dão sempre ao nível da chamada, que a ave introduz dentro da linha de seu canto. Pois quando ela precisa lançar mão do grito de advertência diante de uma situação que lhe diz respeito, jamais utilizará a chamada de outra espécie, mas a que lhe é característica.
A manifestação sonora das aves são elementos de comunicação com membros de sua própria espécie, em momentos específicos de convívio social. Já esta provado que um grito de alarme solto por um pássaro não se destina a outros indivíduos de sua espécie, mas a ele próprio. Não há intenções de solidariedade social, de advertência para o grupo. No entanto, como a vocalização comporta em si mesma noção de perigo, e pode ser decodificada por outras aves, a presença do inimigo não é apenas detectada por indivíduos da mesma espécie, como por outros que com ela convive no mesmo habitat.





Embora ocorra uma tendência de padronização do canto, não raro dentro de uma mesma espécie, pode-se verificar dialetos em raças que se distanciaram geograficamente. Em alguns casos, os dialetos se afastaram tanto da manifestação do canto que uma ave não reconhecerá o canto de sua própria espécie gravado em outra população; reconhecerá somente chamadas, que por serem geneticamente herdadas, permanecem inalteradas.
O canto dos pássaros caracterizado pelo acúmulo de série de notas diferentes vem a ser uma manifestação típica de domínio territorial. Com ele a ave adverte suas semelhantes sobre limites de seu território e atrai a fêmea para função de perpetuação da espécie. N a época do acasalamento, alem dos machos, as fêmeas se põem a cantar em duetos de rara harmonia e complexidade. O canto parece ser uma resposta à química hormonal que se opera em seus organismos. Também na época da reprodução verificam-se os cantos da madrugada e do crepúsculo, inteiramente diferente dos padrões emitidos durante o restante do dia.
As aves canoras não se limitam a emitir suas vozes peculiares apenas na época de sua procriação. Os cantos mais ricos e variados em motivos  não estão presos aquele impulso vital, nem se prendem a nenhuma intenção comunicativa. Na verdade os cantos que nós mais apreciamos são os lançados pelas aves ainda jovens, durante o aprendizado, ou em indivíduos cujo desenvolvimento sexual declinou. A vocalização é então entoada em meia-voz e recebe a designação de canto secundário. Em nosso território, inúmeras aves  são as espécies canoras ,mas, para que todas elas continuem a cantar é preciso garantir a integridade de seus habitats. 
Fonte : Revista geográfica universal
Nº 130 setembro de 1985
 ******************************************************************

CANTO DAS AVES

A habilidade canora dos pássaros é um dom dos machos usado principalmente para marcar território e atrair fêmeas. É estimulada pela luz solar, por sons contínuos - como água corrente, panela de pressão e chuva - e pelo cantar de outro macho desde que não seja visto, caso contrário o menos dominante se intimida e fica quieto. O macho posto com uma fêmea quase não canta: a conquista amorosa está feita e vale a lei do menor esforço. Na muda, o canto se vai - em geral em março ou abril - para voltar no final do inverno ou no início da primavera. Comparamos algumas características dos seis pássaros canoros brasileiros mais registrados segundo a Febraps, com as do mais popular dos canoros das lojas: o Canário-do-Reino (Canário Belga).






CUIDADOS



Um pássaro com saúde canta melhor.

Conheça aqui alguns cuidados básicos.

Alimentação: 

 os seis pássaros canoros brasileiros mais registrados são granívoros. Dê alpiste e painço - podem ser incluídas aveia, colza, niger e linhaça.
Eles precisam também de proteínas, obtidas comendo insetos e larvas na natureza. A necessidade pode ser suprida com uma boa farinhada industrializada com cerca de 20% de proteína.
As mais nutritivas são oferecidas apenas uma ou duas vezes por semana (seguir instruções do fabricante).

Na muda e reprodução, épocas de maior desgaste, dá-se a farinhada diariamente.
Frutas e verduras (cuidado com os agrotóxicos) podem ser servidas uma vez por semana e, na muda e reprodução, dia sim, dia não - giló e almeirão costumam agradar.

Gaiola:  

manter em local arejado, sem correntes de ar, sem abafá-la permanentemente com panos ou plásticos. Forrar a bandeja com papel-toalha, trocado diariamente.
A grade inferior é importante para evitar o contato da ave com as fezes.
Deixe a ave tomar sol antes das 10 horas da manhã por 10 a 15 minutos e banho também. Terminado o banho, tire a banheira para não contaminar a água com dejetos. Por Vet.Claudia Kortwich, especializada em aves 

PARA SABER MAIS

Criadouros comerciais de Canoros Brasileiros - Bicudo: Brasília: José C. Dianese, ;
Onir Jardim, (; Reinaldo Cantuária, ; Zózimo Guimarães, (. Bicudo, Canário-da-Terra e Curió: Ribeirão Preto: Aloisio Tostes, . Porto Alegre: José Avelino da Rocha, . Bicudo e Curió: Mogi das Cruzes: Brás da Silva (. São Paulo: Nelson Martins, ( 5. Bicudo, Caboclinho, Coleira e Pintassilgo: São Paulo: Geraldo Magela, . Canário-da-Terra: Belo Horizonte Helio Brandão, .
Canário-da-Terra e Curió: Belo Horizonte: Cláudio Marques, , e Washington dos Santos Jr., . Curió: Florianópolis: Jorge Heusi, . São Paulo: Isair Alves, ( Federação Brasileira de Criadores de Pássaros: (19) 422-2736, Piracicaba. Palestras gratuitas sobre pássaros canoros brasileiros: de fevereiro a julho. Serca: tel. (11) 6692-4512, São Paulo.
In Cães & Cia
***************************************************************************
 Fonte:sitiodocurio.com.br
 CANTO DAS AVES

Nenhum comentário:

Postar um comentário