segunda-feira, 12 de maio de 2014

A Importancia da Biodiversidade



Nós, seres humanos, atravessamos um longo caminho para ganhar nossa independência dos caprichos da Mãe Natureza. Aprendemos como construir abrigos e como nos vestir. Através da agricultura e da irrigação, podemos controlar nosso próprio suprimento de alimentos. Construímos escolas, hospitais, computadores, automóveis, aviões e ônibus espaciais. Então, qual o grande problema se algumas plantas, animais e organismos simples deixarem de existir?

Eis o problema com a perda da biodiversidade: a Terra funciona como uma máquina incrivelmente complexa e não parece haver partes desnecessárias. Cada espécie - do mais simples micróbio aos seres humanos - desempenha uma parte em manter o planeta funcionando normalmente. Neste sentido, cada parte está relacionada. Se muitas destas partes, de repente, desaparecerem, então, a máquina - que é a Terra - não conseguirá funcionar da maneira devida.

Por exemplo, as colheitas que cultivamos através de nosso uso inteligente da agricultura são possibilitadas pelo nitrogênio que está presente no solo. Este nitrogênio nutre e fortalece nossas colheitas. Mas, de onde ele vem? Larvas, bactérias e outras formas de vida encontradas no solo amam decompor a vegetação. Quando se alimentam, estes organismos produzem nitrogênio como produto residual, algo que as colheitas realmente amam. Assim é também a maneira como a compostagem rica em nutrientes é feita. Caso estas espécies de bactérias fossem extintas, então, nossas colheitas não cresceriam da forma correta.





 Isso é verdade também em relação aos ecossistemas do oceano. O oceano - juntamente com a vegetação com base terrestre - desempenha um papel importante na absorção de dióxido de carbono - um gás que os seres humanos não podem respirar. O oceano não absorve este CO2 por si só. Ele depende de organismos como os fitoplânctons - vidas aquáticas microscópicas - para que absorvam o CO2. Perda de fitoplâncton quer dizer que perdemos níveis adequados de ar respirável. 

Até mesmo alguns de nossos avanços modernos, em termos de tecnologia dependem da natureza. A medicina moderna deve muito às propriedades encontradas naturalmente em plantas e nas bactérias. Medicamentos como os analgésicos, a penicilina e as inoculações têm como base os organismos naturais. A estrutura destes seres vivos foi analisada e sintetizada para produzir alguns medicamentos, entretanto, outros - como os antibióticos - ainda utilizam os organismos de verdade. No total, isso conta como um quarto das drogas prescritas que utilizamos [fonte: Fundação David Suzuki]. Além do mais, caso a Terra, de repente, perdesse sua biodiversidade substancial, as drogas que ainda estamos por descobrir ficariam perdidas.




Até mesmo se nós, seres humanos, pudéssemos encontrar uma maneira de sobrepujar uma catastrófica perda de biodiversidade, nossa existência na Terra certamente seria mudada. Há um importante aspecto econômico também na questão da biodiversidade. Em 1997, cientistas da Cornell University registraram o valor em dólar de todos os serviços fornecidos para a humanidade pela vida na Terra. Tudo, desde ecoturismo e polinização à formação do solo e produtos farmacêuticos foi levado em conta. O total para os serviços fornecidos à humanidade pela Mãe Natureza chegou a US$ 2,9 trilhões por ano (um outro estudo concluiu que o total era de US$ 33 trilhões) [fonte: Science Daily].

Estes serviços ainda seriam necessários, com ou sem um ecossistema global diverso. Visto que se os recursos que provêm estes serviços (como o nitrogênio produzido pelas larvas) diminuíssem, os seres humanos teriam de substituí-los para sobreviver. Suprimentos de coisas como o nitrogênio para o solo e remédios para os doentes aumentariam em valor rápida e significativamente. A competição por estes recursos que estariam desaparecendo seria desenvolvida, com países mais ricos e mais bem armados inevitavelmente vencendo. A vida, de fato, mudaria para a humanidade, como resultado da perda da biodiversidade. Rapidamente, ficaria pior.

Por Josh Clark
Fonte:http://ciencia.hsw.uol.com.br/extincao-em-massa1.htm

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