terça-feira, 17 de junho de 2014

O Coronel Olcott




HENRY STEEL OLCOTT nasceu em Nova Jersey, Estados Unidos, em 2 de agosto de 1832. Encontram-se os principais dados de sua biografia na obra História Autêntica da Sociedade Teosófica, escrita pelo mesmo. E não se pode dissertar sobre ele sem falar-se de H. P. Blavatsky, já que os dois atuaram juntos. Na sua vida social, Olcott começou exercendo cargos na Administração Pública. Posteriormente, tomou parte na Guerra de Secessão, de integridade do País, incorporado ao Exército.

Tão eficiente se comportou que foi elogiado por sua aptidão, diligência e fidelidade, e também por sua absoluta retidão e integridade de caráter. Prestando, depois, outros serviços relevantes às Forças Armadas, fez jus ao posto de Coronel. Por último, advogou em alguns campos do Direito, inclusive em questões de terras.


No campo filosófico-religioso, de início relacionou-se com o Espiritismo, então nascente. Em 1874, estava a imprensa dos Estados Unidos voltada para os fenômenos produzidos pelos irmãos Eddy, em uma granja (Eddy Homestead), na cidade de Chittenden, no Estado de Vermont. Lendo uma notícia a respeito, resolveu ir ao local, lá permanecendo durante 4 dias para observação das ocorrências. 


Voltando a Nova York, escreveu um artigo para o New York Sun. O editor do New York Graphyc, lendo-o, resolveu designá-lo para aprofundar-se no assunto e produzir artigos. Retornando a Chittendon, permaneceu lá 10 semanas, remetendo para o Jornal o resultado de suas pesquisas sobre os espectros e fantasmas que lá apareciam. 





Foram esses artigos que levaram a Sra. Blavatsky a viajar a Chittenden, a fim de verificar os aludidos acontecimentos, na época muito comentados, e que esgotavam as edições do jornal. Lá, no Refeitório, chamou a atenção do Cel. Olcott uma senhora, cujo rosto lhe pareceu revelar força, cultura e autoridade - era H. P. Blavatsky.


Depois da refeição, procurou dela aproximar-se, tentando estabelecer um diálogo. Ela então lhe perguntou sobre o tempo que estava ali e sua opinião sobre os fenômenos. Disse-lhe, também, que receava encontrar-se com o autor dos artigos dos jornais, Cel. Olcott, porque não desejava que seu nome neles aparecesse . Ele então a tranqüilizou, dizendo que isso não aconteceria, e se identificou. 


Desde então tornaram-se amigos, passando a conversar sobre fenômenos psíquicos e temas espirituais. Após assistirem a algumas sessões, procurou H.P.Blavatsky esclarecer o Cel.Olcott de que a ocupação do médium por espíritos diversos não era mais do que o duplo etérico do mesmo (Eddy), que se desprendia do corpo, revestindo-se de diferentes aparências.


Terminado o episódio de Chittenden, resolveu o Cel. Olcott freqüentar a residência (Lamaseria) da Sra. Blavatsky, em Nova York, a fim de prosseguir nas conversas sobre os referidos assuntos, pelos quais estava interessado. 




Pouco a pouco falou-lhe sobre aspectos da filosofia oriental e a respeito dos grandes Adeptos e de seus poderes. Por fim, revelou-lhe o seu objetivo na América. E que o encontro dos dois não fôra casual. Porque os Mestres a tinham aproximado dele para grande missão que ambos estavam destinados a realizar, por motivo de vínculos passados. 


Em começos de 1875, tentou o Cel. Olcott a criação de um Clube de Milagres, para um círculo fechado, a cujas reuniões sempre comparecia H.P. Blavatsky. Além de fenômenos com médiuns e elementais, até materializações chegaram a realizar-se. 

Foi, também, utilizado o famoso médium King. O resultado aparecia na revista The Standard of Light. Sobre o assunto, publicou o Cel. Olcott volumosa obra, intitulada "Gente de Outro Mundo". A experiência não durou muito tempo, porque não estava prevista para vingar. Cartas dos Mestres foram precipitadas e chegaram ao Cel. Olcott (fenômenos de Filadélfia), deixando-o mais confiante.


Voltando ao principal, depois de várias reuniões preliminares com numerosas pessoas interessadas, em Nova York, foi delineada a criação de uma Sociedade com o nome de Teosófica. A sessão seguinte, marcada para 17 de novembro de 1875, teve lugar em salão cedido. Foi nela aprovada a fundação da Sociedade Teosófica, e também escolhida a sua Diretoria. O Cel. Olcott ficou como Presidente e a Sra. Blavatsky como Secretária Correspondente. Outras pessoas foram indicadas para os demais cargos. 





Logo depois começou a Sra. Blavatsky a escrever "Isis sem Véu", que atingiu a 4 volumes. E o Cel. Olcott passou a tratar dos estatutos e a registrar os acontecimentos diários, que resultaram em "Old Diary Leaves" (História Autêntica da Sociedade Teosófica). Em 1878 foi decidida a transferência da Instituição para a Índia. Inicialmente para Bombaim (1878-1881) e depois para Madras, Adyar (Chennaí) (1882 em diante), esta última posteriormente ampliada. Foi em 1879 lançado o "The Theosophist". 


Terminada a obra "Ísis sem Véu", em inglês, publicada volume por volume, alcançando sucesso, foi ela editada em muitos idiomas. Iniciou então a Sra. Blavatsky a redação de "A Doutrina Secreta", que chegou a 6 volumes, editada da mesma forma, com maior sucesso, igualmente em muitas línguas. Os livros que depois se seguiram, de A. Besant, C. W. Leadbeater, C. Jinarãjadãsa e outros autores, vieram complementar, desenvolver, interpretar as duas primeiras, básicas, sintéticas. 

Viajaram os fundadores para o Ceilão (atual Sri Lanka) em 1880 e para Simla, em 1881. O Cel. Olcott por três vezes percorreu a Índia, divulgando a Teosofia e fundando Lojas Teosóficas (1883, 1885 e 1887), e, em 1891, viajou ao redor do mundo, com a mesma finalidade. Em 1885 criou a Biblioteca da S.T.

De acordo com a História Autêntica da Sociedade Teosófica, em 1884 havia 107 Lojas Teosóficas no mundo. Em 1894, o total delas subiu para 394. A grande maioria foi fundada com as viagens do Cel. Olcott, que foi uma espécie de São Paulo na Teosofia.




 Advertiu o Cel. Olcott, firmado nas experiências por que passou, que ao servir à "Causa", fica a pessoa sujeita a sacrificar-se, sofrer a ingratidão do público, traições, calúnias e suspeitas (também de materialistas e religiosos ignorantes), cansaço intelectual com conferências, conversações, viagens extenuantes.

 Além disso, entrevistas solicitadas, com nobres, governantes, chefes religiosos, pessoas importantes, instituições, das cidades, estados, grandes auditórios com perguntas e respostas.

Vê-se que o seu trabalho na criação, organização e desenvolvimento da Sociedade e da Teosofia foi invulgar, hercúleo. Ele não se llimitava a presidir a Instituição: pessoalmente viajou por todo o mundo, realizando conferências, divulgando a Teosofia, fundando Lojas Teosóficas. 

Foi um exemplo de caráter, fidelidade, humildade, nobreza, eficiência. Não só os teosofistas, como os espiritualistas em geral, de todo o mundo, beneficiados pela Teosofia, são gratos por seus imensos serviços, sacrifícios, em prol da evolução humana e do mundo.

Fonte: Cardifftheosophy/helenablavatsky.com.br

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