HENRY STEEL
OLCOTT nasceu em Nova
Jersey, Estados Unidos, em 2 de agosto de 1832. Encontram-se os principais dados de sua biografia na obra História Autêntica
da Sociedade Teosófica, escrita pelo mesmo. E não
se pode dissertar sobre ele sem
falar-se de H. P. Blavatsky, já que os dois
atuaram juntos. Na sua vida social, Olcott começou exercendo cargos na Administração Pública. Posteriormente, tomou parte na
Guerra de Secessão, de integridade
do País, incorporado ao Exército.
Tão eficiente se comportou que foi
elogiado por sua aptidão, diligência
e fidelidade, e também por sua absoluta
retidão e integridade de caráter. Prestando, depois, outros serviços relevantes às Forças
Armadas, fez jus ao posto de Coronel. Por último, advogou
em alguns campos do Direito, inclusive em questões de terras.
No campo filosófico-religioso, de início
relacionou-se com o Espiritismo, então nascente. Em 1874, estava a
imprensa dos Estados Unidos voltada para os fenômenos
produzidos pelos irmãos Eddy, em uma granja (Eddy Homestead), na cidade
de Chittenden, no Estado de Vermont. Lendo uma notícia a respeito,
resolveu ir ao local, lá permanecendo
durante 4 dias para observação das ocorrências.
Voltando a Nova York, escreveu
um artigo para o New York
Sun. O editor do New York Graphyc, lendo-o, resolveu
designá-lo para aprofundar-se no assunto e produzir artigos. Retornando a
Chittendon, permaneceu lá 10 semanas, remetendo para o Jornal o
resultado de suas pesquisas sobre os espectros e fantasmas que lá
apareciam.
Foram esses artigos que levaram
a Sra. Blavatsky a viajar a Chittenden, a fim de verificar os aludidos
acontecimentos,
na época muito comentados, e que esgotavam as edições do jornal. Lá, no
Refeitório, chamou a atenção do Cel. Olcott uma senhora, cujo rosto
lhe pareceu revelar força, cultura e autoridade - era H. P.
Blavatsky.
Depois da refeição,
procurou dela aproximar-se, tentando estabelecer um diálogo. Ela então lhe
perguntou sobre o tempo que estava ali
e sua opinião sobre os fenômenos.
Disse-lhe, também, que receava encontrar-se
com o autor dos artigos dos
jornais, Cel. Olcott, porque não desejava
que seu nome
neles aparecesse . Ele então a tranqüilizou,
dizendo que isso não aconteceria,
e se identificou.
Desde então tornaram-se amigos, passando a
conversar sobre fenômenos psíquicos e temas espirituais. Após assistirem
a algumas sessões, procurou H.P.Blavatsky esclarecer o Cel.Olcott de que a ocupação do médium por espíritos diversos
não era mais do que o duplo etérico
do mesmo (Eddy), que se desprendia do corpo, revestindo-se de diferentes aparências.
Terminado o episódio de
Chittenden, resolveu o Cel.
Olcott freqüentar a residência
(Lamaseria) da Sra.
Blavatsky, em Nova York, a fim
de prosseguir nas conversas sobre os referidos assuntos,
pelos quais estava interessado.
Pouco a pouco falou-lhe sobre aspectos da filosofia
oriental e a respeito dos grandes
Adeptos e de seus poderes. Por fim,
revelou-lhe o seu objetivo na América.
E que o encontro dos dois não fôra
casual. Porque os Mestres a tinham aproximado dele para grande missão que
ambos estavam destinados a realizar, por motivo
de vínculos passados.
Em começos de 1875, tentou o Cel. Olcott a
criação de um Clube de Milagres, para um círculo fechado, a cujas
reuniões sempre comparecia H.P. Blavatsky.
Além de fenômenos com
médiuns e elementais, até materializações chegaram a realizar-se.
Foi,
também, utilizado o famoso médium King. O resultado aparecia na revista
The Standard of Light. Sobre o assunto,
publicou o Cel. Olcott volumosa obra, intitulada "Gente de Outro Mundo". A experiência não durou muito tempo, porque não estava
prevista para vingar. Cartas dos Mestres foram precipitadas
e chegaram ao Cel. Olcott (fenômenos de Filadélfia), deixando-o mais confiante.
Voltando ao principal, depois de várias reuniões
preliminares com numerosas pessoas interessadas, em Nova York, foi
delineada a criação de uma Sociedade com o nome de Teosófica. A sessão
seguinte, marcada para 17 de novembro de 1875, teve lugar em
salão cedido. Foi nela aprovada
a fundação da Sociedade Teosófica, e também escolhida a sua Diretoria. O
Cel. Olcott ficou como Presidente e a Sra.
Blavatsky como Secretária Correspondente. Outras pessoas foram indicadas
para os demais
cargos.
Logo depois começou a Sra. Blavatsky a
escrever "Isis sem Véu", que atingiu a 4 volumes. E o Cel.
Olcott passou a tratar dos estatutos e a registrar os acontecimentos diários, que resultaram em "Old Diary Leaves" (História
Autêntica da Sociedade Teosófica). Em 1878 foi decidida
a transferência da Instituição para a Índia. Inicialmente para Bombaim (1878-1881) e depois para Madras, Adyar (Chennaí)
(1882 em diante), esta última posteriormente ampliada. Foi em 1879 lançado o "The
Theosophist".
Terminada a obra "Ísis sem Véu", em inglês,
publicada
volume por volume, alcançando
sucesso, foi ela editada em
muitos idiomas. Iniciou então a Sra. Blavatsky a redação de "A Doutrina
Secreta", que chegou a 6 volumes, editada da mesma forma, com maior
sucesso, igualmente em muitas
línguas. Os livros que depois se seguiram,
de A. Besant, C. W. Leadbeater, C. Jinarãjadãsa e outros autores, vieram
complementar, desenvolver, interpretar as duas primeiras, básicas,
sintéticas.
Viajaram os fundadores
para o Ceilão (atual Sri Lanka) em 1880 e para Simla, em
1881. O Cel. Olcott por três vezes percorreu
a Índia, divulgando a Teosofia
e fundando Lojas Teosóficas (1883, 1885 e 1887), e, em
1891, viajou ao redor do mundo, com a mesma finalidade. Em 1885 criou a Biblioteca da S.T.
De acordo com a História Autêntica da
Sociedade
Teosófica, em 1884 havia 107 Lojas Teosóficas no mundo. Em 1894, o total
delas subiu para 394. A grande maioria foi fundada com as viagens do
Cel. Olcott, que foi uma
espécie de São Paulo na Teosofia.
Advertiu o Cel. Olcott, firmado nas experiências por que passou, que ao servir à "Causa", fica a pessoa sujeita a sacrificar-se, sofrer a ingratidão do público, traições, calúnias e suspeitas (também de materialistas e religiosos ignorantes), cansaço intelectual com conferências, conversações, viagens extenuantes.
Além disso, entrevistas
solicitadas, com nobres, governantes, chefes religiosos, pessoas
importantes, instituições, das cidades, estados, grandes auditórios com
perguntas e respostas.
Foi um exemplo de caráter, fidelidade, humildade, nobreza, eficiência. Não só os teosofistas, como os espiritualistas em geral, de todo o mundo, beneficiados pela Teosofia, são gratos por seus imensos serviços, sacrifícios, em prol da evolução humana e do mundo.
Fonte: Cardifftheosophy/helenablavatsky.com.br
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