Você já sentiu, alguma vez, a dor causada por uma pancada na quina da mesa, da cama, ou de outro móvel qualquer?
Sim, aquela pancada que quase nos faz perder os sentidos e deixa um hematoma no corpo.
Em princípio surge uma marca avermelhada, depois arroxeada, e vai mudando de cor até desaparecer por completo.
Geralmente, o local fica dolorido e sempre que o tocamos sentimos certo desconforto.
A marca permanece por um tempo mais ou menos longo, conforme o organismo.
Agora imagine se, por distração, você bate novamente no mesmo lugar do hematoma...
A dor é ainda maior e a cor se intensifica.
Se
isso se repetisse por inúmeras vezes, o problema poderia se agravar a
tal ponto que a lesão se converteria num problema mais grave.
Com a mágoa acontece algo semelhante, com a diferença de que a marca é feita no coração e é causada por uma lesão afetiva.
No primeiro momento a marca é superficial, mas poderá se aprofundar mais e mais, caso haja ressentimento prolongado.
Ressentir quer dizer sentir outra vez e tornar a sentir muitas e muitas vezes.
É por isso que o ressentimento vai aprofundando a marca deixada no coração.
Como
acontece com as lesões sofridas no corpo, repetidas vezes no mesmo
lugar, também o ressentimento pode causar sérios problemas a quem se
permite o ressentir continuado.
Se um hematoma durasse meses ou anos em nosso corpo, a possibilidade de se transformar em câncer seria grande.
Isso também acontece com a mágoa agasalhada na alma por muito tempo.
A
cada vez que nos lembramos do que motivou a mácula no coração e nos
permitimos sentir outra vez o estilete na alma, a mágoa vai se
aprofundando mais e mais.
Além da possibilidade de causar tumores, gera outros distúrbios nas emoções de quem a guarda no coração.
Por todas essas razões, vale a pena refletir sobre esse mal que tem feito muitas vítimas.
Semelhante a um corrosivo, a mágoa vai minando a alegria, o entusiasmo, a esperança e a amargura se instala...
Silenciosa, ela compromete a saúde de quem a mantém e fomenta ódio, rancor, inimizade, antipatias.
Muitas vezes a mágoa se disfarça de amor-próprio para que seu portador consinta que ela permaneça em sua intimidade.
E
com o passar do tempo ela se converte num algoz terrível, mostrando-se
mais poderosa do que a vontade de seu portador para eliminá-la.
De
maneira muitas vezes imperceptível, a mágoa guardada vai se
manifestando numa vingançazinha aqui, numa traiçãozinha ali, numa
crueldade acolá.
E de queda em queda a pessoa magoada vai descendo até o fundo do poço, sem medir as consequências de seus atos.
Para evitar que isso aconteça conosco, é preciso tomar alguns cuidados básicos.
O
primeiro deles é proteger o campo das emoções, fortalecendo as fibras
dos nobres sentimentos, não permitindo que a mágoa o penetre.
O segundo é tratar imediatamente a ferida antes que se torne mais profunda, caso a mágoa aconteça.
O terceiro é drenar, com o arado da razão, o lodo do melindre, que é terreno propício para a instalação da mágoa.
É
importante tratar essa suscetibilidade à flor da pele, que nos deixa
extremamente vulneráveis a essas marcas indesejáveis em nosso coração,
tornando-nos pessoas amargas e infelizes.
* * *
Agasalhar ódio, mágoa ou rancor no coração é o mesmo que beber veneno com a intenção de matar o nosso agressor.
Pense nisso, e não permita que esses tóxicos se instalem em seu coração.
Redação do Momento Espírita.
Em 17.08.2009.
Em 17.08.2009.
Fonte: momento.com.br
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