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quarta-feira, 6 de agosto de 2014

Stainton Moses



 Nascido em 1839, foi Stainton Moses o escritor que deixou sua marca mais forte sobre o lado religioso do Espiritismo, até então. Praticante da caridade sem interesse, atendia os pobres e doentes, fazendo curas em sua igreja.

William Stainton Moses desencarnou em 5 de setembro de 1892. Segundo Charlton T. Speer, a personalidade de Moses era muito interessante. A força do seu caráter era pouco comum. Nenhum trabalho rejeitava, nenhuma particularidade lhe parecia sem importância quando se tratava de servir à verdade.

Ainda jovem, tornou-se pastor e, porque tinha alguns conhecimentos de medicina, além de falar da palavra de Deus, também tratava do corpo, tendo ajudado de forma irrepreensível o povoado de Maughold, onde uma epidemia de varíola assolava a cidade. Esgotou-se ao máximo, já que se deslocara para o campo a fim de cuidar de si próprio.

Era destemeroso. Não podendo continuar a exercer a função de pastor naquele condado, pela dedicação às vezes desmedida, transferiu-se para Lagton. Mas, ali também não pode manter seu ministério, porque teve agravada uma moléstia de garganta e o médico o proibiu de pregar. Nunca desistiu de lutar. Convalescente, percorreu várias cidades, com amigos, até que permaneceu no velho mosteiro grego do monte Atos.


 Curioso e necessitando de meditação, ficou um longo tempo ali, e mais tarde, recebeu a informação, da parte de Imperator – seu mentor espiritual, de que sua estada naquele mosteiro fora provocada por influência dele, a fim de prepará-lo para a tarefa mediúnica, que mais tarde iria executar.

Mesmo as doenças e privações por que passou deixaram sempre claro que uma força misteriosa dirigia sua Vida. Em 1870, teve seu primeiro contato com o espiritualismo. A pedido da Sra. Speer, leu para ela a obra de Dale Owen, Debatable Land (Terra Contestada). A Sra. Speer estava enferma e ele a distraía com a leitura desse livro.

Para melhor compreender o assunto e poder discuti-lo com a esposa do seu grande amigo, passou a assistir a algumas sessões mediúnicas e, dentre os trabalhos mais significativos de que participou, podemos citar o realizado na primavera de 1872, com o médium Lottie Fowler. O Dr. Speer, que acompanhava Moses nas suas pesquisas, viu-se derrotado no seu materialismo e acabou aceitando a realização de sessões mediúnicas em sua casa, tendo sido médium um homem chamado William.

 Foi nessa época que o poder mediúnico de Stainton Moses começou a desenvolver-se. As faculdades surgiam espontaneamente, sem que a vontade dele predominasse. Pelo contrário, rejeitava-as, discutia-lhes os fundamentos. Em 30 de março de 1873, Moses começou a escrever mediunicamente.




Sua mediunidade era ampla, provocando uma grande variedade de fenômenos. Quando estava numa sessão era comum ouvir-se pancadas variadas e inteligentes, que respondiam a questões faladas ou mentalizadas. Os assistentes tinham oportunidade de ver clarões luminosos que surgiam sobre a mesa, penetravam nas tábuas, se infiltravam nas paredes e retornavam, num fenômeno de beleza e características inusitadas. Os participantes geralmente se viam envolvidos por perfumes os mais diversos. E a cabeça do médium, no final da sessão, ficava toda perfumada e, por mais que se enxugasse, o perfume permanecia.

Fenômenos de voz direta e escrita direta eram comuns nas reuniões em que Moses participava. Mas a força da sua mediunidade surgia principalmente na escrita mediúnica, quando os Espíritos davam demonstrações profundas da imortalidade da alma e ditavam textos de elevada importância, que elucidavam de forma atraente e profunda os graves problemas da existência terrena. Stainton Moses, no entanto, não se limitou à atividade mediúnica.

 Durante o período em que atuou mediunicamente, ocupou-se com assiduidade em formar sociedade cujo fim era estudar o espiritualismo.
Contribuiu para criar a Associação Nacional Britânica dos Espiritualistas, em 1873; a Sociedade Psicológica da Grã-Bretanha, em abril de 1875, da qual foi um dos primeiros membros do Conselho; a Sociedade das Pesquisas Psíquicas, em 1882.




Fundou a Aliança Espiritualista de Londres, da qual foi o primeiro presidente, cargo em que se conservou até a morte. A quarta edição de Ensinos Espiritualistas (1883), livro que contém os trabalhos mediúnicos de Stainton Moses, foi feita pela Aliança Espiritualista, numa homenagem a seu fundador.  

Ensinos Espiritualistas é uma obra de inegável valor doutrinário. E aos médiuns, iniciantes ou experientes, é uma verdadeira chave que abre as portas para que se entenda com exatidão o que é a missão do médium. Seus livros: Identidade dos Espíritos (1879); Aspectos mais Elevados do Espiritismo (1880); Psicografia (1882). Usava o pseudônimo de M. A. Oxon para escrever suas obras. Deixou várias obras sobre elevados aspectos do Espiritismo e tornou-se redator da revista Light.

No início, Stainton Moses não acreditava nos Espíritos. Era um pastor protestante, conhecedor de teologia. Durante o desenvolvimento da sua mediunidade manteve-se sempre num questionamento quase implacável diante das comunicações e os ensinos transmitidos por seu intermédio. 




 Testava a capacidade dos Espíritos, ficando alheio ao que era escrito por sua própria mão. Noutras vezes, deliciava-se com outras leituras ou conversas com pessoas, enquanto os Espíritos se utilizavam da sua faculdade mediúnica para transmitir mensagens de inegável sabedoria sobre religião ou sobre o comportamento humano.

Vencida a primeira etapa, quando, ainda cético, pouco colaborava, passou a integrar-se aos ensinos obtidos e os transmitia a quantos possíveis fosse. Seu caráter irrepreensível e sua predisposição à luta pelo Bem, fizeram-no um instrumento habilitado para que os Espíritos, principalmente Imperator, pudessem realizar a difícil missão que lhes fora confiada por Jesus.

O Espiritismo surgira há pouco tempo e era preciso que em cada ponto do mundo, onde houvesse um instrumento, a Verdade fosse descoberta e mostrada aos homens. Sua mediunidade abarcou quase todos os fenômenos físicos conhecidos. William Stainton Moses foi um médium inglês que escreveu vários livros sob o pseudônimo de M. A. Oxon e que se comunicava com uma entidade que se autodenominava Imperator.

O contato dele com Olcott e a Madame começou em 1875, a partir da publicação do livro de Olcott, People from the Other Worlds (Gente dos Outros Mundos), gerando uma amizade estreita que durou muitos anos. Há várias passagens nas cartas dos Mestres para Sinnett que citam Moses e Imperator. Numa carta, referindo-se a John King como sendo um iniciado, Olcott recomenda que Moses tentasse conversar com ele através de médiuns da época.

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