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sexta-feira, 30 de novembro de 2012

A Lenda do Guaraná




O guaraná é um fruto da Amazonia usado para fazer uma soda ou refrigerante de sabor doce e agradável. É uma bebida bastante popular na Amazônia. A origem deste fruto é explicada na seguinte lenda.


A Lenda

Um casal de índios pertencente a tribo Maués, vivia junto por muitos anos sem ter filhos mas desejava muito ser pais. Um dia eles pediram a Tupã para dar a eles uma criança para completar aquela felicidade. 

Tupã, o rei dos deuses, sabendo que o casal era cheio de bondade, lhes atendeu o desejo trazendo a eles um lindo menino.






O tempo passou rapidamente e o menino cresceu bonito, generoso e bom. No entanto, Jurupari, o deus da escuridão, sentia uma extrema inveja do menino e da paz e felicidade que ele transmitia, e decidiu ceifar aquela vida em flor.

Um dia, o menino foi coletar frutos na floresta e Jurupari se aproveitou da ocasião para lançar sua vingança. Ele se transformou em uma serpente venenosa e mordeu o menino, matando-o instantaneamente.






A triste notícia se espalhou rapidamente. Neste momento, trovões ecoaram e fortes relâmpagos caíram pela aldeia. A mãe, que chorava em desespero, entendeu que os trovões eram uma mensagem de Tupã, dizendo que ela deveria plantar os olhos da criança e que deles uma nova planta cresceria dando saborosos frutos.

Os índios obedeceram aos pedidos da mãe e plantaram os olhos do menino. Neste lugar cresceu o guaraná, cujas sementes são negras, cada uma com um arilo em seu redor, imitando os olhos humanos.
Fonte:sumauma.net

O Pranayama




No sânscrito, o termo pranayama poder ser traduzido como “controle do prana”. Explicações sobre o que é prana poderiam render um livro inteiro, mas, em linhas gerais, prana pode ser entendido como ar, alento ou energia vital. O prana é para os hindus o mesmo que o chi para os chineses (como no tai chi e no chi kung) e o ki para os japoneses (como no reiki e no aikido).

No yoga, pranayama são os exercícios respiratórios. Conforme um dos textos fundamentais do yoga, o Yoga Sutra, de Patañjali, os pranayama (sem “s”, pois o sânscrito não tem o plural como no português) são uma das últimas práticas externas e a primeira a conduzir o praticante para níveis mais sutis e internos de sua prática. 

Há um ditado que diz: “A mente é como um poço escuro e fundo; pranayama é a corda que usamos para sair dele e chegar à luz”. Com efeito, controlar a respiração é o primeiro passo para controlar a mente — ou, melhor, para não ser controlado por ela.

Mas, alguns perguntarão, o que há de difícil ou importante na prática da respiração? Qualquer pessoa sabe respirar e o faz sem que nenhum esforço seja necessário para isso; a respiração é uma das coisas mais naturais a qualquer ser vivo. 

A vida começa com uma inspiração e termina com uma expiração — daí a expressão “o último suspiro”. Estar vivo é respirar. Mas, talvez por ser algo natural e simples, podemos respirar de formas inadequadas e inconscientes. 





O leitor que já experimentou situações de stress intenso, de nervosismo ou de cansaço excessivo pode ter notado como a respiração se altera nessas situações. Sob a pressão dos problemas do dia-a-dia é quase inevitável ficar ofegante ou mesmo sem fôlego, como se o ar quisesse fugir de nossos pulmões ou como se o corpo não quisesse respirar. 

Com mais atenção, perceberemos que a alteração na respiração é conseqüência da alteração da mente e estas alterações são causadas por nossas próprias suscetibilidades; a fraqueza física, mental e emocional dá espaço para que sejamos tomados pelos problemas. 

Logicamente, se a mente e a respiração se modificam, é praticamente inevitável que todo o corpo as acompanhe. Exatamente por este motivo é bem comum uma pessoa nervosa expressar esse nervosismo em sua postura, nas marcas em seu rosto, no cenho franzido, na dureza de suas palavras.

 Enfim, tudo está interligado.
Mas, assim como a mente modifica a respiração, a respiração pode modificar a mente. Um dos exercícios de respiração mais simples que existem consiste em respirar lenta e conscientemente, buscando aumentar cada vez mais a lentidão e a consciência sobre a respiração. 






A lentidão exige que a respiração seja prolongada e que se use o diafragma para respirar; isto trará a sensação de estar “respirando com a barriga” e também proporcionará calma e relaxamento. A mente naturalmente ficará mais serena com essa respiração. A parte difícil deste exercício simples é evitar forçar a respiração.

 O esforço é necessário para qualquer prática desconhecida, mas pode fazer o praticante ofegar e cansar-se, aumentando os problemas que se pretende combater com o pranayama. É natural que no início seja difícil encontrar o melhor ritmo para a respiração, mas a prática constante e consciente dirá o que é mais adequado.

Um exercício como este — que na verdade é apenas uma preparação para os pranayama — pode ser feito a qualquer momento, em qualquer lugar, de preferência em silêncio e com os olhos fechados. É uma prática simples e segura, mas outras recomendações são necessárias (estas explicações, obviamente, não dispensam a orientação de um professor experiente). 

No yoga, toda respiração é feita pelo nariz (tanto a inspiração como a expiração). É importante relaxar o corpo durante a respiração; os ombros, os braços, o pescoço, os olhos e o rosto são partes do corpo em que se acumula muita tensão. 

Se houver chance sente-se ou deite-se para praticar. Também é de grande ajuda reservar um momento do dia e praticar sem interrupções, com o objetivo de criar uma rotina diária. Embora essa disciplina não seja fundamental no começo, ela ajuda muito e certamente trará melhores resultados.
O valor dos pranayama não está apenas em seus efeitos calmantes. 





Seu maior valor está no fato de que, uma vez que encontramos calma, podemos pensar com mais clareza, entender a realidade, lidar mais facilmente com os problemas que nos afetam — isto é, podemos nos conhecer melhor. 

Em outras palavras, respiração também é autoconhecimento.
Retornamos aqui ao início, lembrando que a respiração também pode ser um meio de “autodesconhecimento”. 

É bem fácil perder o controle mental e emocional quando respiramos rápido e sem ritmo, quando nos deixamos levar pelo nervosismo dos acontecimentos do dia-a-dia. Imersos nesse estado, acreditaremos facilmente que essas oscilações da respiração, da mente e das emoções são nossa natureza real. 

Mas não são. Pranayama é justamente a prática através da qual vemos com clareza que existe um centro estável e alheio à alteridade do mundo. Pranayama também é uma forma de conectar-se com esse centro a qualquer momento ou, ainda, de estabelecer uma ligação que jamais será perdida.
Fonte: luz e terra/advaitayoga.wordpress.com

O mistico Sri Lanka




Antiguidade

Os registros mais antigos da história do Sri Lanka datam do século VI a.C. quando o povo cingalês (ou sinhala) migrou para a ilha a partir de Bengala, no subcontinente indiano. Antes da invasão cingalesa, a ilha era ocupada pelo povo hoje conhecido como Vedas, que se acredita serem de origem malaia. Ainda hoje, pessoas de origem Veda vivem no leste da ilha de Ceilão.

A crônica cingalesa de Mahavamsa relata a chegada de Vijaya, o primeiro rei cingalês, em 543 a.C.. Acredita-se que o povo cingalês tenha migrado a partir de algum ponto do norte da Índia: não são povos dravídicos, tais como os povos do vizinho sul da Índia. A língua cingalesa (sinhala) é relacionada ao sânscrito, tal como ocorre com o hindi

O primeiro reino do Sri Lanka tinha sua capital em Anuradhapura. No século III a.C., os cingaleses se converteram ao budismo e a ilha se converteu em um centro de estudos budistas e de trabalho missionário. Isto separou o Sri Lanka da cultura hindu do sul da Índia.
Anuradhapura permaneceu como capital do reino cingalês até o século VIII, quando foi substituída por Polonnaruwa. 

Os tamis, do sul da Índia, começaram a chegar à ilha no início do século III, e houve seguidas guerras entre cingaleses e os invasores do sul da Índia. Durante boa parte do primeiro milênio d.C., a ilha foi controlada por vários príncipes de origem tamil.

O período áureo do reino do Sri Lanka ocorreu no século XII, quando o rei cingalês Prakrama Bahu derrotou os tamis, unificou a ilha sob o seu governo, e ainda invadiu a Índia e Burma. No século XV a ilha foi atacada pela China, e por 30 anos os reis locais prestaram tributo ao imperador chinês.Miileený Leeaný.

 

 

 

Ocupação européia

O Sri Lanka era conhecido dos gregos e dos romanos, que o chamavam de Taprobana. Depois da conquista do Oriente Médio pelos árabes, mercadores frequentemente visitavam a ilha, e existia uma comunidade árabe no Sri Lanka desde o século X.

Os primeiros europeus a visitarem o Sri Lanka foram os portugueses: Dom Lourenço de Almeida chegou à ilha em 1505, e encontrou-a dividida em sete reinos que guerreavam entre si, incapazes de derrotar um invasor. 

Os portugueses fundaram a cidade de Colombo em 1517, e gradualmente estenderam seu controle pelas áreas costeiras. Em 1592 os cingaleses mudaram sua capital para a cidade interior de Kandy, local mais seguro contra o ataque de invasores. Guerras intermitentes prosseguiram durante o século XVI.

Muitos cingaleses se converteram ao cristianismo, porém a maioria budista odiava os portugueses, e apoiariam qualquer um que os enfrentasse. Então, em 1602, quando o capitão holandês Joris Spilberg chegou à ilha, o rei de Kandy pediu-lhe auxílio. Porém, somente em 1638 os holandeses atacaram pela primeira vez, e apenas em 1656 Colombo foi tomada. Por volta de 1660 os holandeses controlavam toda a ilha, exceto o reino de Kandy. 

Os holandeses perseguiram os católicos, porém deixaram os budistas, os hindus e os islâmicos professarem suas religiões. No entanto, cobravam impostos mais pesados que os portugueses. Como resultado do domínio holandês, mestiços de holandeses e cingaleses, conhecidos como burghers existem até hoje no país; existem ainda hoje muitas famílias com nomes de família (apelidos) de origem portuguesa.






Durante as Guerras Napoleônicas o Reino Unido da Grã-Bretanha, temendo que o controle da França sobre os Países Baixos fizesse com que o Sri Lanka passasse ao controle francês, ocuparam a ilha (a qual chamavam de Ceilão (Ceylon)) com pouca dificuldade, em 1796. Em 1802 a ilha foi formalmente cedida à Grã-Bretanha e tornou-se uma colônia real. Em 1815 Kandy foi ocupada, pondo fim à independência do reino do Sri Lanka. Um tratado em 1818 preservou a monarquia de Kandy, porém como dependência britânica.

Os ingleses introduziram o cultivo do chá, café e borracha nas montanhas da ilha. Em meados do século XIX o Ceilão já trouxera fortuna a uma pequena classe de plantadores de chá. Para trabalhar nas fazendas, os proprietários importaram grande quantidade de trabalhadores tamis do sul da Índia, que logo chegaram a 10% da população.
Carta do Ceilão, século XIX
 
Os britânicos, seguindo sua prática comum de "dividir para governar", favoreciam ora um grupo ora outro para fomentar a rivalidade. Também favoreceram os "burghers" e também alguns cingaleses de castas mais altas, fomentando divisões e inimizades que sobrevivem desde então. Os "burghers" receberam um certo grau de auto-governo no início de 1833. Somente em 1909 é que um desenvolvimento constitucional ocorreu, com uma assembléia parcialmente eleita. O sufrágio universal só foi introduzido em 1931 sob o protesto dos cingaleses, que rejeitavam o direito a voto para os tamis.




Independência


Os Tigres de Liberação do Tamil Eelam buscavam a independência de sua etnia e optaram por conquistar os territórios localizados no Sri Lanka habitados por etnias tamil, utilizando as lutas armadas, já que tentaram todas as formas democráticas que conheciam para que a independência destes territórios fossem pacíficas, mas não obtiveram sucesso.

Os Tigres começaram a luta contra o governo em 1983 e combatem pelos direitos da minoria étnica tâmil por causa dos maus-tratos de sucessivos governos liderados pela maioria de etnia cingalesa desde que o Sri Lanka se tornou independente da Grã-Bretanha.
Fonte:wikipedia

O Pirilampo




Nunca te afirme imprestável.

Num aldeamento de colonização, surgiu um químico dedicado à fabricação de remédios pesquisando as qualidades de certo arbusto que existia unicamente em cavernas.

Detendo informe de antigos habitantes da região, muniu-se de lâmpada elétrica, vela e fósforos para descer aos escaninhos de grande furna.

O homem começou a distanciar-se da luz do sol e porque a sombra se condenasse, acendeu a lâmpada desdobrando uma corda que, na corda, lhe orientasse o caminho.

A breves instantes, porém, as pilhas se esgotaram. 

Recorreu aos fósforos e inflamou a vela, entretanto, a vela se derreteu e os fósforos foram gastos inteiramente, sem que ele atingisse o que desejava.

Dispunha-se ao regresso, quando viu em pequeno recôncavo do espaço estreito e escuro o brilho intermitente de um pirilampo.








Aproximou-se curioso e, à frente dessa luz, achou a planta que buscava, com enorme proveito na tarefa a que se propunha.

Anotemos a conclusão.

Quem não pode ser a luz solar, terá possivelmente o clarão da lâmpada.

Quem não consegue ser a lâmpada terá consigo o valor da uma vela acesa ou de um fósforo chamejante.

E quem não disponha de meios a fim de substituir a vela e o fósforo, trará sem dúvida, o brilho de um pirilampo.

XAVIER, Francisco Cândido. Recados do Além. Pelo Espírito Emmanuel. IDEAL. Capítulo 19. 
Fonte: .reflexoesespiritas.org

quarta-feira, 21 de novembro de 2012

Victor Hugo




Victor Hugo muito se agigantou pela inteligência; poeta genial, escritor primoroso e fecundo. Sustentou, sem esmorecimentos, tremendas lutas em prol da liberdade, enfrentando a ira dos reacionários de todos os tempos, desses que não vacilam em sacrificar as coisas mais sagradas e nobres para que seus interesses fiquem incólumes.

Por ter sido grande demais, deixou de ser cidadão francês para se tornar cidadão do mundo, porque, como foi dito, sua obra literária, suas palavras, no campo político, suas idéias e pensamentos influíram e beneficiaram os povos do mundo inteiro!

 Ele próprio sentia, não obstante seu entranhado amor ao país de seu nascimento, que pertencia a todos os povos que sofriam e se viam cerceados da liberdade de pensar, e que a ele cabia o dever de trabalhar, lutar infatigavelmente para que a luz da verdade espiritual reinasse nas almas de todos os seus irmãos, fossem eles desta ou daquela pátria.

 E para que essa luz pudesse brilhar era condição, sine qua non, que aos homens fosse adjudicado o sagrado direito de liberdade, liberdade de sentir Deus e a sua justiça, dentro das possibilidades intelectuais de cada um, dessa liberdade, enfim, que é uma condição essencial do homem.






Eis por que em pleno Congresso da Paz, em Lausanne, afirmou: "Sou cidadão de todo homem que pensa!".

Não é nosso intento, sem dúvida, descrever a vida e a obra de Victor Hugo, vida por demais extensa, pois que em tudo ele foi exímio, seja como poeta, pensador, dramaturgo, romancista, historiador, panfletista, orador, jornalista e espírita!

Mostrou-se sempre inimigo intransigente da pena de morte: "A cabeça do homem do povo está cheia de princípios úteis... cultivai, decifrai, regai, esclarecei, moralizai, utilizai essa cabeça e não tereis necessidade de cortá-la!".
Nosso propósito, porém, acerca da personalidade de Victor Hugo, é o de focalizá-lo como espírita, o que procuraremos fazer sucintamente.

Em 1852, em face de suas atitudes políticas, viu-se ele na contingência de refugiar-se em Jersey, na vivenda Marine-Terrace. Logo após chamou para junto de si a mulher e os filhos, aos quais se reuniram alguns amigos, e entre eles Vacquerie e Julieta Drouet.
Em setembro de 1853 chegava a Jersey, de visita, a Sra. De Girardin, levando a grande novidade: o Espiritismo.





Neste ponto, transcreveremos o que sobre esse assunto escreveu Raymond Escholier, em seu livro intitulado "A Vida Gloriosa de Victor Hugo":
As suas crenças religiosas, que a certas almas frívolas parecem tão simples, tão restritas, por vezes tão extravagantes, são a verdadeira herança transmitida pelos seus ancestrais rústicos.

A bem dizer, essas idéias são mais velhas do que o Cristianismo: fé na sobrevivência e na presença permanente dos mortos, no poder do sortilégio e da magia. Hugo não se limita a introduzir na poesia francesa as expressões do povo, a linguagem popular, tão cheia de imagens, tão colorida, tão expressiva; deu igualmente o direito de cidadania às crenças do homem primitivo, que sempre existiu no velho solo da França.

Para encontrar aquela que ficou em França, aquela a quem Victor Hugo cantou a mãe dolorosa, consultou ele à sua velha amiga, a Sra. Girardin; interrogando, por intermédio das mesas falantes, o túmulo coberto de ervas e de sombras. Com a Sra. Hugo, com Carlos, maravilhoso médium, com Augusto Vacquerie e o General Le Flô, Victor crê penetrar o segredo das forças obscuras.

O primeiro Espírito que se apresentou em Marine-Terrace foi o de Leopoldina.
-Onde estás? - pergunta o poeta.
-Luz.
-Que é preciso fazer para ir ter contigo?
-Amar.

Então na pequenina casa, tão triste, todos choraram, todos acreditaram.






Nas revelações das mesas, Hugo vê a deslumbrante confirmação das suas idéias religiosas. E é nessa convicção que escreve, a 19 de setembro de 1854:

- Tenho uma pergunta grave a fazer. Os seres, que povoam o Invisível e que lêem os nossos pensamentos, sabem que há vinte e cinco anos me ocupo dos assuntos que a mesa suscita e aprofunda. Mais duma vez a mesa me tem falado desse trabalho; a Sombra do Sepulcro incitou-me a terminá-lo. 

Nesse trabalho, evidentemente conhecido no além, nesse trabalho de vinte e cinco anos, encontrara, apenas pela meditação, muitos resultados que compõem hoje a revelação da mesa; vira distintamente confirmados alguns desses resultados sublimes; entrevira outros que viviam no meu espírito num estado de embrião confuso. 

Os seres misteriosos e grandes que me escutam, vêem, quando querem, no meu pensamento, como se vê numa gruta com um archote; conhecem a minha consciência e sabem quanto tudo o que eu acabo de dizer é rigorosamente exato, que fiquei por momentos contrariado, no meu miserável amor-próprio humano, pela revelação atual, que veio lançar à volta da minha lampadazinha de mineiro o clarão dum raio ou dum meteoro. 

Hoje, tudo o que eu vira por inteiro é confirmado pela mesa: e as meias revelações a mesa as completa. Neste estado de alma escrevi: "O ser que se chama Sombra do Sepulcro aconselhou-me a terminar a obra começada; o ser que se chama Idéia foi mais longe ainda e "ordenou-me" que fizesse versos atraindo a piedade para os seres cativos e punidos, que compõem o que parece aos não videntes a Natureza morta; obedeci. Fiz versos que Idéia me impôs".

Em 22 de maio de 1885 desencarnou o Espírito de Victor Hugo. Eis as suas últimas vontades consignadas em testamento confiado a Augusto Vacquerie:

Deixo 50.000 francos aos pobres. Desejo que me levem ao cemitério na carreta dos pobres. Recuso as orações de todas as igrejas. Creio em Deus.

 Fonte:.omensageiro.com.br

Kitaro - Heaven and Earth 喜多郎 ヘブン・アンド・アース

Fernando De Noronha o Paraíso

Oração da serenidade

domingo, 18 de novembro de 2012

O Mestre Koothumi





O Mestre Koothumi ( Kuthumi ) é originário do planeta Marte, cuja vida é da quarta dimensão em diante, veio para a Terra para completar o seu mestrado e auxiliar o homem terrestre em sua caminhada. Encarnou primeiramente na Atlântida, onde era líder local.

 Por volta de 4160 a.c, reencarnou no Egito, como o faraó Tutmósis lll, que expandiu o Egito até abranger a maior parte do Oriente Médio. No século XXlll a.c, participou dos acontecimentos – como discípulo de Rama ou Mestre Moria – que levaram o povo Ário, da Europa até a Índia.

Na época do Faraó Mnerfertá, encarnou no Egito, e era Sumo-Sacerdote em Mênfis, sendo iniciado nos mistérios de Osíris, o senhor da Luz. Aproxidamente em 2000 a.c, reencarnou como rabino, participando da escrita da maior realização literária do povo hebreu: os livros do Antigo Testamento. A bíblia não é apenas uma obra religiosa. Nela estão inseridos, além de preceitos éticos, jurídicos e morais, narrativas históricas e poéticas. 

Entre os livros históricos da Bíblia em que o Mestre teve maior participação, destaca-se o de Amós. Foi o Mestre Koothumi, quem escreveu também, o Talmude, livro que contém explicações das leis e prescrições religiosas e morais. Na XVlll dinastia egípcia, que durou de 1580 a 1080 a.c, reencarnou como Amenhotep ou Amenófis lV. Foi o mentor da idéia que empreendeu a reforma religiosa egípcia, obtendo durante o seu reinado, uma unidade religiosa.

Englobou as diversas religiões do império, subordinado-se ao culto de Aton, representado pelo Sol, como um Deus Supremo e Universal, Criador dos mundos e dos homens. O próprio Amenófis IV, trocou seu nome para Akhenaton, o que significa: "Servidor de Aton". Esta encarnação demonstra que nem tudo é planejado, tem o sucesso almejado, pois depende sempre do esforço e do livre arbítrio dos homens.






 O culto à Aton, foi de curta duração no Egito, devido a reação dos sacerdotes, terminou logo após a morte do grande faraó. Akhenaton, procurou libertar seu povo das falsas noções religiosas que o escravizava às superstições. Orou, sofreu e chorou, sobre o solo amado egípcio. Mas foi tragado pelo ódio incontido, das forças da ignorância e da incompreensão.

 Nada conservou da sua existência no Egito, senão o amor que sempre votou àquela terra abençoada. Decidiu então, traçar novas diretrizes: libertar-se das limitações étnicas e geográficas, convertendo-se em cidadão do Universo, disposto a aplicar suas energias benéficas em todas as realizações universalistas do futuro.

Esse é o principal toque pessoal, que o Mestre imprimiu em todos os seus discípulos através dos tempos: o pendor universalista, a vocação fraterna, crística, para com todos os esforços na esfera do espiritualismo. Os seus verdadeiros seguidores, deverão ser igualmente simpáticos, à todas as atividades das diversas correntes religiosas do mundo. Deverão ser libertos de quaisquer exclusivismos, ou dogmas doutrinários, e devotarem-se com entusiasmo, à todo trabalho de unificação Espiritual.


 No ano de 570 AC, encarnou como filósofo grego: Pitágoras, considerado o filho de Apolo e reconhecido como o pai da Filosofia.

Pitágoras nasceu na ilha de Samos. Ele foi votado pelos pais, à luz de Apolo, o Deus do Sol. A pítia de Delfos profetizou, para sua mãe Pártenis, antes dele nascer: "Terás um filho que será útil à todos os homens e em todos os tempos".

Quando tinha dezoito anos, dirigiu-se ao Egito, para aprender a ciência de Deus, conforme lhe fora predito pelo hierofante de Adonai. Estudou por 22 anos, no Templo de Mênfis e em Tebas, tornando-se iniciado nos mistérios de Ísis e de Osíris, o senhor da Luz.

 



Em 529 AC, persa Cambises, que já dominava a Caldéia, promoveu uma bárbara invasão do Egito, levando uma parte de seus sacerdotes para Babilônia, inclusive Pitágoras. Nesse tempo, coexistiam três religiões no alto sacerdócio de Babilônia: o dos antigos sacerdotes persas – Zoroastrismo; a dos magos caldeus; e a da elite do cativeiro judeu – Mosaísmo. Sendo que o profeta Daniel desempenhava as funções de ministro do rei. Pitágoras, aprendeu igualmente os mistérios dessas três religiões, e após ficar doze anos internado na Babilônia, conseguiu a sua libertação, e com os vastos conhecimentos adquiridos, retornou para a Grécia.

Em Delfos conheceu a jovem pitonisa de Apolo, o Verbo do Deus único: Teocléia. Após Ter instruído o sacerdote e de haver informado Teocléia em seus mistérios, partiu para a grande Grécia. Em Crotona, cidade portuária no sul da Itália, Sicília, fundou a grande escola de filosofia esotérica, que pode considerar-se como predecessora da escola platônica e mãe de todas as escolas idealistas.

O instituto Pitagórico, se tornou ao mesmo tempo, um colégio de educação, uma academia de ciência e uma pequena cidade modelo, sob o governo de um grande iniciado. Era chamado também de: o Templo das Musas.

Pitágoras, através de comentários de seus Versos de Ouro, ensinava que os deuses, diversos em aparência, eram os mesmos em todos os povos, visto que eles correspondiam à vários aspectos de um mesmo Deus: Supremo e Único. Ensinava a tolerância para com todos os cultos. A unidade dos povos, dentro da humanidade. A unidade das religiões, dentro da ciência esotérica. Ensinava também, que os números continham o segredo de todas as coisas e que Deus, era a Harmonia Universal.

Cylon, um candidato que não passava nos testes de ingresso na sua escola, incitou a multidão contra ela, ateando fogo na casa onde estava Pitágoras, que pereceu junto com 38 de seus discípulos. Pitágoras contava com 90 anos de idade.








No templo de Jesus, foi Baltazar, um dos três Reis Magos que seguiram a estrela de Belém e foram homenagear o Filho do Homem. 

 No século X , encarnou na Indochina, precisamente no Kambodge, adotando o nome de Ramatís, em homenagem à um dos dois grandes poemas épicos da Índia: RAMAIANA, que significa façanhas de Rama. Nesse poema existem dois Heróis: Rama e Sita, um casal de príncipes que encarnam os altos padrões de comportamento humano e inspiram devoção à Deus. Ramaatis, seria o nome correto, pois Atis é Sita de trás para diante.

No Kambodje, nessa época, floresceu uma poderosa civilização: do século III ao século XIII: o império Kmmer. Nesse país existem até hoje, os maiores monumentos Budistas do mundo: o templo Angkor-Wat e o templo Angkor-Thom. Este último, construído pelo rei Budista: Jayavarman.
Ramatís, apesar de desencarnar ainda moço, construiu um pequeno templo iniciático, onde iniciou 72 discípulos. Seus adeptos eram provenientes de várias formações religiosas e de várias regiões: da Índia, do Egito, da Grécia, da China e até da Arábia.

Foi com o nome de Ramatís, que o Mestre psicografou importantes livros no Brasil, trazendo uns sem números de conhecimentos, já preparando o povo brasileiro, para os momentos tormentosos que estamos vivendo. Esses livros foram psicografados, primeiro através do médium Hercílio Maes e depois, através da médium América Paoliello Marques, ambos já falecidos.

Viveu no século XVI, na França católica, com o nome de Louis Demarrais, um sacerdote protestante. Pereceu, vítima da intolerância religiosa, na tristemente famosa "Noite de São Bartolomeu", em que a rainha-mãe, Catarina de Medicis, mandou assassinar milhares de huguenotes.

Este é um exemplo de que a Lei de Causa e Efeito, é igual para todos, não poupando até os Grandes Seres. Pois, mesmo que involuntariamente, o Mestre contribuíra para o acirramento da intolerância religiosa, no antigo Egito. Assim sendo, Ele o Cidadão do Universo, fez cumprir Nele próprio, a Lei de Deus, para que nenhuma sombra de mácula pairasse sobre a Sua Excelsa figura.







Encarnou no século XIX, já como Mestre Koothumi, vivendo nos altos do Himalaia, no Tibete. É o Mestre regente do segundo Raio: Amarelo-Dourado. Suas virtudes são a Sabedoria e a Iluminação. Todos aqueles que se dedicam ao estudo da ciência, os professores e os instrutores, tem em seus corpos astrais, uma larga faixa dourada, correspondente a esse raio.

Foi o Mestre Koothumi, que junto com o Mestre Mória, instruíram madame Blavatsky, inspirando-a a fundar a Sociedade Teosófica, em 1875. Mais tarde, o Mestre inspirou seus principais seguidores como Annie Besant e C.W. Leadbeater. Bem como, ditou ao Jovem Krishnamurti, seu incomparável livrinho iniciático: "Aos pés do Mestre".

Foi a Teosofia que primeiro trouxe para o Ocidente, o conhecimento esotérico da Índia. Apesar dos profundos conhecimentos divulgados pela Sociedade Teosófica, esta, não teve a repercussão mundial almejada. Pois, se não existe religião superior à Verdade, igualmente, não existe dogma superior à razão.

Muitas pessoas acham que um Mestre vem à Terra só num determinado tempo, para atender a um grupo de eleitos, nos quais, estas mesmas pessoas, se auto-incluem. Engana-se, pois as mensagens de um Mestre, baseiam-se em Verdades Eternas, destinadas à todos os povos, em todos os quadrantes da Terra. Devemos lembra-nos sempre, que um Mestre ama à todos incondicionalmente, e, como Eles próprios dizem:

"Nosso amor e nossas palavras, não são um privilégio, nem exclusividade de uma minoria".
Bibliografia: "Revelação" Ghynne. Agradecimento ao Espaço Cultural e Terapeutico KOOTHUMI
Fonte:agrandefraternidadebrancauniversal.blogspot.com.br

sábado, 17 de novembro de 2012

O Mar Mediterrâneo



O mar Mediterrâneo é um mar do Atlântico oriental, compreendido entre a Europa meridional, a Ásia ocidental e a África setentrional com aproximadamente 2,5 milhões de km². É o maior mar interior continental do mundo. As águas do mar Mediterrâneo banham as três penínsulas do sul da Europa, Ibérica (apenas a Sul e Sudeste de Espanha), Itálica e a dos península Balcânica). 

Suas águas deságuam no oceano Atlântico através do estreito de Gibraltar, e no mar Vermelho (no canal de Suez). As águas do mar Negro também deságuam no Mediterrâneo (pelos estreitos do Bósforo e dos Dardanelos). As águas do Mediterrâneo geralmente são quentes devido ao calor vindo do deserto do Saara, fazendo com que o clima das zonas próximas seja mais temperado (clima mediterrânico).

  
Origem do nome

O termo Mediterrâneo deriva da palavra latina Mediterraneus, que significa entre as terras. O mar Mediterrâneo através da história da humanidade tem sido conhecido por nomes diferentes. O antigos romanos o chamavam, de Mare Nostrum, que significa nosso mar (e de fato os romanos conquistaram todas as regiões, com vista para o Mar Mediterrâneo). Pelos árabes era chamado de al-Bahr al-al-Abyad Mutawassiṭ (árabe البحر الأبيض المتوسط) ou seja, "Mar Branco do Meio", o que inspirou o termo turco Akdeniz que significa Mar Branco.






História


Um dos fatos marcantes da história da região aconteceu em 1453 quando os otomanos tomaram a cidade de Constantinopla (atual cidade turca de Istambul) e fecharam o Mediterrâneo oriental à penetração europeia. Esta teria sido uma das razões que teria impelido os portugueses a se aventurarem pelo Atlântico em busca do caminho das Índias.

Na segunda metade do século XVIII, a Inglaterra e a França foram ampliando suas influências sobre a região, aproveitando a gradativa decadência otomana e, ao mesmo tempo, tentando impedir a expansão da Rússia. A Inglaterra que foi afirmando-se cada vez mais como grande potência marítima, estabeleceu-se em alguns pontos estratégicos (Gibraltar e ilhas de Malta e Chipre), que se transformariam em importantes bases navais.

Em 1869, com a abertura do canal de Suez, obra construída por um consórcio franco-britânico, o Mediterrâneo Oriental passou a integrar as grandes rotas do comércio internacional, passando a ter um papel relevante nas relações políticas e comerciais das potências da Europa.







Com o fim da Primeira Guerra Mundial (1914/18), consolidou-se a supremacia britânica, num momento em que o Mediterrâneo se transformava numa artéria vital para a Europa em função de estabelecer uma ligação mais rápida e econômica entre as áreas consumidoras e produtoras de petróleo, estas últimas situadas no Oriente Médio.

Algumas décadas depois, ao findar-se a Segunda Guerra Mundial em 1945, o Mediterrâneo, assim como quase todas as áreas do mundo, encaixou-se imediatamente nos esquemas do jogo de influências e alianças engendrados pela Guerra Fria. Com a criação da Organização do Tratado do Atlântico Norte (OTAN), os Estados Unidos substituíram gradativamente os britânicos como potência dominante do Mediterrâneo.

Os processo conflituosos de independência de uma série de colônias europeias situadas especialmente no norte da África, a pressão exercida pela crescente expansão da Marinha Soviética, os vários conflitos entre países árabes e Israel e as tradicionais rivalidades entre países da região, transformaram o Mediterrâneo numa área de frequentes tensões geopolíticas.







O fim da Guerra Fria, se de um lado eliminou ou amenizou algumas velhas tensões, por outro ensejou o surgimento de inúmeros novos desafios para os países da região.
São dezoito os países que possuem terras banhadas pelo Mediterrâneo. Eles apresentam grandes diferenças no que se refere ao tamanho, à evolução histórico-cultural e ao nível de desenvolvimento.

Praticamente todos os países que circundam o Mediterrâneo Oriental apresentam, ou apresentaram num passado recente, tensões e conflitos internos ou problemas no relacionamento com nações vizinhas.

Fonte:wikipedia

A Cabala




O formato da Torá, livro sagrado do judaísmo, impressiona: dois grandes rolos de pergaminho escritos à mão com tinta especial, presos a carretéis de madeira e envoltos por um pano bordado e ornamentos de prata. Seu conteúdo, revelado por Deus a Moisés no monte Sinai, inclui os 5 primeiros livros da Bíblia e narra desde a Criação até a saga do povo de Israel pelo deserto em busca da Terra Prometida. 

Mas a riqueza dos pergaminhos vai muito além. Segundo a cabala, tradição mística judaica, as 304 805 letras hebraicas da Torá também contêm significados ocultos sobre Deus e as leis do Universo. Ao usarem chaves numéricas e meditações para desvendar esses mistérios, os cabalistas tiram lições das histórias narradas no texto. E você não precisa ser rabino ou mesmo judeu para ter acesso a esses ensinamentos e usá-los para viver melhor.
O segredo da cabala é relacionar palavras e números da Torá de uma maneira específica. 

E sua origem está no Sefer Ietsirá, ou Livro da Criação, obra minúscula que ninguém sabe ao certo quando e por quem foi escrita. O fato é que ela introduz a idéia de que Deus criou o Universo usando as 22 letras do alfabeto hebraico. “O Gênese já dizia que o verbo divino foi o instrumento da Criação: Deus disse ‘Haja luz’, e houve luz.

 A novidade do Sefer Ietsirá é especular em detalhes como Deus combinou essas letras”, diz o pesquisador Daniel C. Matt no livro O Essencial da Cabala. O livro também apresenta a idéia das sefirot, plural de sefirá, que pode significar “reino”, “esfera” ou “contagem”, conforme a tradução. Representadas pelos números de 1 a 10, elas são consideradas outro instrumento da criação do Universo. O livro só não explicava como usar tudo isso para revelar os significados ocultos da Torá.






A era de ouro da cabala


Até que no século 13 o espanhol Moisés de León publicou o Sefer Ha Zohar, Livro do Esplendor, com as regras que consolidaram o que hoje se conhece como cabala. Ele conectou cada sefirá a um modo que Deus tem de atuar, bem como a um personagem bíblico. “A sefirá de Chessed, por exemplo, está ligada ao amor e a Abraão. Quando os cabalistas lêem Abraão na Torá, lêem também esse aspecto misericordioso de Deus atuando no mundo”, diz Leonardo Alanati, da Congregação Israelita Mineira.

Além de usar essas associações entre aspectos de Deus e passagens da narrativa, os cabalistas interpretam a Torá utilizando a guimátria, numerologia judaica. O princípio é que cada uma das 22 letras do alfabeto hebraico, do alef ao tav, possui um valor numérico. “As primeiras 9 letras estão associadas às unidades (1, 2, 3, ..., 9); as 9 letras seguintes estão associadas às dezenas (10, 20, 30, ..., 90); e as últimas 4 estão associadas às centenas (100, 200, 300, 400)”, diz o pesquisador David Zumerkorn no livro Os Segredos da Guimátria. 

Fazendo as contas (veja abaixo), surgem os significados ocultos que expandem os ensinamentos do livro sagrado. “Aparentemente, as histórias da Torá não têm relação com a vida diária. Mas a cabala mostra que, por trás delas, há ensinamentos profundos sobre como lidar com nosso semelhante e encarar as situações”, diz Samuel Lemle, professor do Kabbalah Centre (Centro de Cabala) no Brasil.

Lemle menciona o mandamento bíblico “Não matarás”, lembrando que na Torá há uma passagem onde Deus ordena aos israelitas matar o povo de amalek. Uma baita contradição, certo? A não ser que se usem as contas do Zohar para ver que as letras hebraicas da palavra amalek têm o mesmo valor numérico que a palavra safek, que significa “dúvida” ou “incerteza”. 

“A cabala usa a numerologia para entender que matar Amalek não é matar um povo, mas a dúvida e a incerteza dentro de nós”, diz Lemle. “A guerra não é contra o inimigo lá fora, mas contra um oponente interno, um lado negativo da nossa natureza: pensamentos do tipo ‘não vou conseguir’ e ‘isso não vai dar certo’. Eles sabotam a nossa vida.”

Segundo o professor, cabalistas milenares usavam essa sabedoria para se tornarem pessoas melhores e crescer espiritualmente. Assim como cabalistas modernos, eles queriam não apenas compreender mais sobre Deus mas também obter lições de vida e aconselhar as pessoas. E, ao contrário do que muitos pensam, o misticismo judaico nunca foi um oráculo capaz de descobrir coisas sobre o passado ou o futuro. 

De vez em quando alguém até arrisca esse caminho – por exemplo, tentando prever a chegada do Messias, mas sempre dá errado. O rabino Alanati lembra que a cabala também não tem nada a ver com amuletos. “Na Idade Média, muita gente escrevia fórmulas com permutações das letras dos nomes de Deus atrás da mezuzá (caixinha colocada no batente da porta nas casas judaicas)”, diz ele.


Uma tradição secreta

Por essas e outras, durante muito tempo não foi fácil ter acesso à cabala. Os candidatos tinham que ser homens judeus de mais de 40 anos – e só os mais qualificados espiritualmente eram aceitos. “Os rabinos temiam que as técnicas caíssem nas mãos de quem não tinha a preparação necessária. 

Em quase todas as religiões, as iluminações místicas dos leigos sempre foram fontes de risco e heresias”, diz o historiador Gershom Scholem no livro As Grandes Correntes da Mística Judaica. Até hoje, judeus ortodoxos restringem o ensino da cabala. Mas algumas correntes mais progressistas discordam. “Não é que os cabalistas antigos quisessem ocultar a cabala. É que não tínhamos a linguagem acessível para compartilhar esses conhecimentos. Mas os avanços da nossa era já nos permitem entendê-los”, diz Lemle.







A popularização do estudo


Assim o estudo da cabala levou séculos para sair da obscuridade total, mesmo entre os judeus, até a relativa popularidade atingida nos anos 90, quando o Kabbalah Centre, nos EUA, abriu as portas da cabala para leigos de qualquer religião. Madonna, uma de suas freqüentadoras, garante que tem atraído boas vibrações desde que começou a fazer o curso. 

Os ortodoxos criticam a iniciativa (que inclusive foi rotulada de cabala “pop” ou “light”), mas o Kabbalah Centre garante que o conhecimento é o mesmo e até os livros de seus alunos são exatamente os mesmos que servem de fonte para os judeus.
Segundo Lemle, a primeira coisa que o estudo da cabala proporciona é uma nova atitude diante da vida. “Do mesmo jeito que existem leis físicas, como a lei da gravidade, a cabala diz que existem leis espirituais que regem este mundo. 

E nos ensina a conviver com elas em harmonia”, afirma. Por exemplo: a cabala diz que não existe o acaso, e sim a lei de causa e efeito. Tudo o que acontece na nossa vida fomos nós que criamos de alguma forma. Assim, o ensinamento mais importante para quem começa a estudar no Kabbalah Centre é deixar de ter um comportamento reativo e passar a ser proativo. Ou seja, deixar de ser o efeito de determinadas situações e se tornar a causa delas.

“Sendo proativo, você deixa o papel de vítima, que nunca tem controle sobre a situação. Você aprende a parar, pensar e buscar a melhor forma de agir em cada momento”, diz Lemle. Segundo ele, isso pode ser aplicado em situações tão corriqueiras como uma conversa entre irmãos ou uma briga entre marido e mulher. “Os cabalistas milenares também eram proativos. Abraão ensinava às pessoas que existia um único Criador e que havia uma lei de causa e efeito. 

Ou seja, ensinava uma forma de encarar a vida”, afirma.
Na busca por essa nova atitude, os alunos aprendem a usar ferramentas cabalísticas. As mais simples são feitas de combinações de letras que não têm nenhum significado em hebraico; são simplesmente chaves, como ABD, que funcionam como uma espécie de mantra para meditação. “O Zohar explica que os olhos são as janelas da alma.

 Passar os olhos todo dia por essas seqüências de letras nos ajuda nessa mudança espiritual. O processo de visualização alimenta nossa alma para que possamos ser proativos”, diz o professor.
Claro que ninguém vai freqüentar algumas aulas e mudar sua vida de repente. “Uma pessoa precisa estudar física quântica por muitos anos para entendê-la profundamente, mas começa aprendendo a contar de 1 a 10. 

 No curso, é a mesma coisa. O aluno começa contando até 10”, diz ele, acrescentando que mesmo o conhecimento limitado das primeiras aulas do curso já possibilita aos alunos tirar algum proveito na prática, como controlar melhor as emoções no dia-a-dia. “Mas nada vai funcionar se não tivermos a verdadeira intenção de aprender e nos tornarmos pessoas melhores.”





A numerologia

A matemática dá novos sentidos à Torá
Há várias formas de interpretar a Torá usando a numerologia judaica. Uma delas é relacionar duas palavras com o mesmo valor numérico ou dois versículos onde essas palavras aparecem. Por exemplo, o valor das letras da palavra amalek (referente ao antigo povo amalek) é o mesmo da palavra safek (“dúvida” ou “incerteza”). Para os cabalistas, isso significa que a ordem bíblica de matar amalek não se refere ao povo em si, mas à dúvida e à incerteza que existem dentro de nós.


Amalek
Ayin70
Mem40
Lamed30
Kuf100
240


Safek
Samech60
Fei 80
Kuf100
240
Amalek = Safek

A árvore da vida

A estrutura do Universo, segundo a cabala
As 10 sefirot formam uma árvore invertida, chamada Árvore da Vida. A raiz fica em cima, próxima ao aspecto primordial de Deus, e os galhos embaixo, nas sefirot inferiores. A sefirá Malchut é a mais próxima do ser humano e a que lhe dá a primeira sensação de Deus atuando no mundo. À medida que evolui espiritualmente, a pessoa sobe os degraus em direção às sefirot superiores. Além disso, a árvore tem 3 colunas. “Buscamos a coluna central, que é o equilíbrio”, diz Samuel Lemle. “Tenho muito amor pelo meu filho, mas não posso dar tudo a ele, pois o amor também envolve dar limites.” Por isso Chessed (amor) está ao lado de Guevurá (justiça).
Fonte:super.abril.com.br/
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