Inglaterra:
Diz-se que o Natal em Inglaterra se celebra há mais de mil anos, e
que já o rei Artur o celebrava, em 521.
Hoje, é uma festa muito importante que envolve toda a gente: há coros que vão cantar de casa em casa, ouve-se música, os sinos tocam e representam-se cenas da Natividade.
A árvore de Natal não pode faltar e começou a ser colocada em todas as casas por volta do século XIX, juntamente com os ramos de azevinho e outras plantas verdes. Tudo fica decorado e iluminado.
Uma das árvores de Natal mais populares encontra-se em Trafalgar Square, em Londres. É uma oferta anual do povo da Noruega.
O rei Haakon teve de se exilar em Inglaterra quando a Alemanha ocupou o seu país, durante a Segunda Guerra Mundial (1939-1945).
Em todos os anos que lá esteve, o exército norueguês corria risco de vida para fazer passar uma árvore para o rei poder celebrar o Natal com uma árvore do seu país natal.
Desde aí, a Noruega agradece a Inglaterra com esta oferta.
Os ingleses, por gostarem tanto do Natal, têm imensos livros, músicas e histórias, que se lêem, cantam, contam e ouvem nesta altura.
A troca de prendas fica a cargo do Pai Natal (Santa Claus - de Saint Nicholas / São Nicolau - ou Father Christmas), que conta com ajudantes (que trabalham todo o ano para preparar as prendas todas para os meninos que se portaram bem) e as distribui num trenó puxado por oito renas, chamadas: Comet, Cupid, Vixen, Dancer, Prancer, Blitzen, Dasher e Donder.
O Pai Natal vive no Pólo Norte, e na Noite de Natal, à meia-noite, desce pela chaminé das casas e coloca os presentes nos sapatinhos.
Nunca ninguém o vê, mas deixam-lhe bolinhos e um copo de leite sobre a lareira para ele recuperar forças.
Estados Unidos
Por serem um país recente e uma antiga colónia inglesa, os EUA receberam todas as tradições desse povo, juntamente com as de todos os outros imigrantes que aí vivem.
Mas as tradições vindas de Inglaterra são as mais populares e que se observam mais. Come-se peru e dão-se presentes. É a festa da família.
Têm um Natal semelhante ao inglês, mas com tudo em grande: árvores de Natal enormes por todo o lado, iluminações dentro e fora das casas e nas ruas, o "seu" Pai Natal.
Como é um país cheio de gente vinda de países diferente, cada um celebra (ou não) o Natal à maneira das suas origens.
Itália:
Tal como em Portugal, retoma-se a tradição de anunciar o Natal. Tocadores de gaita de foles, os zampognari, vêem-se a oferecer a sua música em vários locais durante o Advento, em Roma e tradicionalmente no sul do país.
Na véspera de Natal, acendem-se velas e junta-se a família para a Ceia de Natal, que normalmente é peixe (que simboliza o jejum), e podem variar entre 10 e 20 pratos de peixe, todos eles diferentes.
Em Roma, o prato tradicional do Natal é o capitone, que é enguia grelhada, assada ou frita.
Mas também há os doces: o pannetone (que tem a massa tipo bolo-rei, mas maior e mais alto, sem buraco), o torrone (nougat) e o panforte (pão de gengibre feito com avelãs, mel e amêndoas).
As amêndoas e as nozes são quase obrigatórias, pois diz-se que trazem fertilidade à terra, às pessoas e aos animais.
Em Roma, dantes, oferecia-se mel para que o novo ano fosse doce.
Durante muitas gerações era La Befana, quem trazia as prendas, no Dia de Reis, quando a quadra termina. Mas também há regiões em que é Santa Lúcia ou o Menino Jesus (Gesù Bambino).
Hoje, como em quase todo o lado, o Pai Natal (Babbo Natale) passou a ter esse encargo.
França:
Em França, o Dia de Natal celebra-se com toda a família reunida.
Na véspera de Natal, as crianças colocam os seus sapatos (dantes eram os tamancos: "sabots") em frente à lareira para que o "Père Noël" (Pai Natal) os encontre e deixe os presentes.
O Pai Natal vai acompanhado do "Père Fouettard" (Pai Espancador) que bateria nas crianças que se portaram mal.
À missa da meia-noite segue-se uma refeição chamada o "Réveillon", que também se pode tomar em muitos cafés e restaurantes. Simboliza o acordar, o nascimento de Cristo.
Comem-se ostras, salsichas (e outros enchidos), vinho, fiambre, galo assado recheado, saladas, frutas e doces, especialmente o Tronco de Natal ("Bûche de Noël").
Fazem-se bolos que se decoram com açúcar, para ficarem parecidos com o Menino Jesus.
No sul de França há um pão de Natal (Pain Calendeau) que se corta em quartos e só se come depois de uma das partes ter sido dada a uma pessoa pobre.
Na Alsácia come-se ganso; na Bretanha há bolos de trigo com natas azedas; na Borgonha come-se peru com castanhas.
No final do "Réveillon" é costume deixar uma vela acesa, caso Nossa Senhora passe por ali.
No norte de França as crianças recebem as prendas no dia 6 de Dezembro, que é o Dia de S. Nicolau.
Os franceses também fazem o Presépio ("Crèche), tal como muitos países latinos.
Espanha:
Para além das tradições mais comuns no Natal, os espanhóis também acendem hogueras (fogueiras) e saltam sobre elas (dizem que protege de doenças). É um costume que já vem do tempo das festas do solstício do Inverno.
Faz-se o Presépio; criam-se cenas da Natividade (representações teatrais); enfeitam-se árvores de Natal e acendem-se lamparinas e velas.
Na véspera de Natal, à meia-noite, vai-se à Misa del Gallo (Missa do Galo), anunciada pelo tocar dos sinos.
A Ceia de Natal tem lugar depois da meia-noite. É uma festa de família em que se come o Pavo Trufado de Navidad (peru de Natal com trufas. A trufa é uma espécie de cogumelo).
Depois canta-se junto à árvore de Natal até de madrugada, balouçando o corpo ao ritmo dos cânticos.
Quem traz os presentes são os Três Reis Magos, no dia 6 de Janeiro (Dia de Reis). Na véspera as crianças colocam os sapatos nos degraus da entrada de casa para receber as prendas.
Eles aparecem em todo o lado, em vez do Pai Natal, e Baltazar é o Rei Mago preferido.
Portugal:
A tradição diz que, no Natal, o Menino Jesus traz presentes aos meninos que se portaram bem, mas cada vez mais o Pai Natal tem vindo a ganhar importância.
Isto tem acontecido sobretudo pela força do comércio, que até parece fazer esquecer o que se celebra no Natal: o nascimento de Jesus.
Das tradições mais antigas, antes de se começar a ouvir falar tanto no Pai Natal, ficaram muitas coisas, como por exemplo:
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Põe-se o sapatinho de cada criança da casa em frente à lareira (e não
uma meia pendurada, como é tradição de outros países) e, à meia-noite do
Dia de Natal, uma ou várias prendas e doces aparecem.
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O presépio é muito importante, e há bastantes casos em que é
enriquecido com muitos elementos para além de Nossa Senhora, São José e o
Menino Jesus.Não podem faltar os pastores, a vaca e o burrinho (que
aqueceram Jesus com o seu bafo), a estrela do Natal (que guiou os
pastores), e todo o restante cenário.Pode haver camelos, arbustos e
palmeiras, pontes, outros animais e outras coisas que as pessoas achem
que ficam bem.Também há casos em que se finge haver neve.
A casa decora-se com grinaldas e decorações natalícias, e, hoje em dia há também uma árvore de Natal para além do presépio em praticamente todas as casas.
As ruas e lojas são também decoradas e, cada vez mais se vêem decorações no exterior das casas e em alguns edifícios e igrejas.
O Natal português tem muitas variantes e ligeiras diferenças nas tradições dos vários pontos do País, mas em todo o lado se festeja com decorações, prendas, com a união da família e refeições em comum.
A ceia de Natal, respeitando o jejum da quadra, inclui bacalhau cozido com batatas e verduras, tudo bem regado com azeite.
No norte do País também se come polvo assado e outros pratos e doces da época.
Ao aproximar-se a meia-noite, muitas famílias vão à Missa do Galo. No final da missa é costume beijar o Menino, como prova de devoção.
No regresso a casa, se tudo acontecer como esperado, o Menino Jesus (ou o Pai Natal) já deixou prendas para todos.
Em algumas aldeias faz-se uma fogueira perto do largo da terra (e do adro da igreja) para aquecer o Menino e, depois da Missa do Galo as pessoas ficam um pouco a confraternizar.
No dia de Natal come-se peru assado (ou outra carne) e muitos doces deliciosos, como filhoses, azevias, sonhos, coscorões, broas (de milho, de mel e outras), rabanadas, e o bolo-rei.
É uma altura em que se está com a família e se trocam lembranças entre todos. Para os que estão mais longe, ou não, também existe o costume de enviar cartões de Boas Festas, como sinal de lembrança e amizade.
Fonte: http://cartilhadasabelhinhas.blogspot.com.br
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