FISIOLOGIA DAS AVES - O CANTO
Por que cantam as aves
Quando
um pássaro abre o bico e lança o seu canto, ele não esta executando um
ato voluntariamente artístico. Seu objetivo é outro : ele está de alguma
forma se expressando ou manifestando um sentimento específico. E como
cada uma das milhares de espécies canoras possui o seu linguajar próprio
ao ornitólogo de ouvido experiente se torna fácil identificar a
presença desta ou daquela espécie, mesmo que a ave esteja invisível no
emaranhado vegetal. Aliás, nos cada vez mais sofisticados laboratórios
de bioacústica, as gravações das vocalizações tem inclusive permitido
aos estudiosos das aves a diferenciação de espécies gêmeas cujas
plumagem e morfologia davam margem a classificações errôneas. E nesses
mesmos centros de pesquisa, as vozes das aves estão sendo dessecadas,
para melhor possibilitar a cmpreensão dos fenômenos da vocalização e da
música instrumental.
Fisiologia do canto
Enquanto
o homem e outros mamíferos possuem sonoridade a partir da laringe, a
caixa de voz dos passeriformes se situa na siringe localizada na parte
inferior da traquéia. Descobriram os técnicos em bioacústica que a
capacidade daquele órgão se reflete na amplitude auditiva da ave. Cada
espécie de ave canora reage melhor às freqüências das quais se compõe
sua própria vocalização, a qual abrange até oito oitavas. Segundo
Crawford Greenewalt autor de Bird Song: Acoustics and Physiology, " os
passaros não possuem ressonâncias propiciadas pelas cavidades humanas".
Com isto, os estudiosos da fisiologia do canto dos pássaros chama a
atenção para um fato importante. Enquanto nas aves a siringe é de certa
forma o único aparelho formador do som, nos humanos, além da laringe,
entra em jogo a complexidade do aparelho fonador que modula o timbre.
Mesmo assim as aves conseguem realizar façanhas maravilhosas, inclusive
emitir 45 notas por segundo. E, no tocante a duração do canto, certas
aves conseguem a proeza de estende-lo por mais de sete minutos. Isto só é
possível porque ela respira enquanto canta, ficando esta ação expressa
no ritmo.
Há no entanto pássaros que produzem música instrumental, ou
seja, aquela que a siringe não é chamada a participar. A manifestação
sonora é produzida pelo estalar dos bicos, pelo chocar de penas e mesmo
nas vias respiratórias --- sem interferência da siringe --- através de
almofadas de ar que certas aves apresentam no tórax. Nestes casos, a
comunicação acústica prescinde a siringe e inexiste vocalização até
mesmo nos atos de corte e sedução que precedem o acasalamento.
Todo pássaro canoro tem inscrito em seu código genético as instruções que lhe permitem emitir as vozes de chamada, manifestações sonoras básicas como gritos ou pios que as caracterizam. O canto e suas variantes são aprendidos com indivíduos adultos da mesma espécie, e certos pesquisadores chegam a afirmar que um pássaro jovem necessita de cerca de cem dias para dominar a vocalização característica de sua espécie. Deste modo fica claro que o estímulo social faz parte do processo de aprendizado. Sem estímulo os pássaros não aprendem os cantos. E, tanto isso é verdade que a falta de exemplos sonoros pode levar a deformações. Não são raras as aves que afastadas do convívio de seus pares acabam adquirindo o meio de expressão de outra espécie.
Tal fato não deve ser
confundido com a facilidade que certos pássaros tem de arremedar a
expressão vocal alheia. É o caso, por exemplo, dos papagaios que chegam a
imitar a voz humana. Para muitos ornitólogos o fenômeno deve ser
creditado a uma relação intima e constante. Na natureza o
gaturamo-verdadeiro (Euphonia violacea) e capaz de imitar a voz de até
dezesseis outras aves. No entanto, é preciso esclarecer que estas
imitações se dão sempre ao nível da chamada, que a ave introduz dentro
da linha de seu canto. Pois quando ela precisa lançar mão do grito de
advertência diante de uma situação que lhe diz respeito, jamais
utilizará a chamada de outra espécie, mas a que lhe é característica.
A
manifestação sonora das aves são elementos de comunicação com membros
de sua própria espécie, em momentos específicos de convívio social. Já
esta provado que um grito de alarme solto por um pássaro não se destina a
outros indivíduos de sua espécie, mas a ele próprio. Não há intenções
de solidariedade social, de advertência para o grupo. No entanto, como a
vocalização comporta em si mesma noção de perigo, e pode ser
decodificada por outras aves, a presença do inimigo não é apenas
detectada por indivíduos da mesma espécie, como por outros que com ela
convive no mesmo habitat.
Embora ocorra uma tendência de padronização do canto, não raro dentro de uma mesma espécie, pode-se verificar dialetos em raças que se distanciaram geograficamente. Em alguns casos, os dialetos se afastaram tanto da manifestação do canto que uma ave não reconhecerá o canto de sua própria espécie gravado em outra população; reconhecerá somente chamadas, que por serem geneticamente herdadas, permanecem inalteradas.
O
canto dos pássaros caracterizado pelo acúmulo de série de notas
diferentes vem a ser uma manifestação típica de domínio territorial. Com
ele a ave adverte suas semelhantes sobre limites de seu território e
atrai a fêmea para função de perpetuação da espécie. N a época do
acasalamento, alem dos machos, as fêmeas se põem a cantar em duetos de
rara harmonia e complexidade. O canto parece ser uma resposta à química
hormonal que se opera em seus organismos. Também na época da reprodução
verificam-se os cantos da madrugada e do crepúsculo, inteiramente
diferente dos padrões emitidos durante o restante do dia.
As
aves canoras não se limitam a emitir suas vozes peculiares apenas na
época de sua procriação. Os cantos mais ricos e variados em motivos não
estão presos aquele impulso vital, nem se prendem a nenhuma intenção
comunicativa. Na verdade os cantos que nós mais apreciamos são os
lançados pelas aves ainda jovens, durante o aprendizado, ou em
indivíduos cujo desenvolvimento sexual declinou. A vocalização é então
entoada em meia-voz e recebe a designação de canto secundário. Em nosso
território, inúmeras aves são as espécies canoras ,mas, para que todas
elas continuem a cantar é preciso garantir a integridade de seus
habitats.
Fonte : Revista geográfica universal
Nº 130 setembro de 1985
Nº 130 setembro de 1985
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CANTO DAS AVES
A
habilidade canora dos pássaros é um dom dos machos usado principalmente
para marcar território e atrair fêmeas. É estimulada pela luz solar,
por sons contínuos - como água corrente, panela de pressão e chuva - e
pelo cantar de outro macho desde que não seja visto, caso contrário o
menos dominante se intimida e fica quieto. O macho posto com uma fêmea
quase não canta: a conquista amorosa está feita e vale a lei do menor
esforço. Na muda, o canto se vai - em geral em março ou abril - para
voltar no final do inverno ou no início da primavera. Comparamos algumas
características dos seis pássaros canoros brasileiros mais registrados
segundo a Febraps, com as do mais popular dos canoros das lojas: o
Canário-do-Reino (Canário Belga).
CUIDADOS
Um pássaro com saúde canta melhor.
Conheça aqui alguns cuidados básicos.
Alimentação:
os seis pássaros canoros brasileiros mais registrados são granívoros.
Dê alpiste e painço - podem ser incluídas aveia, colza, niger e linhaça.
Eles precisam também de proteínas, obtidas comendo insetos e larvas na natureza. A necessidade pode ser suprida com uma boa farinhada industrializada com cerca de 20% de proteína.
As mais nutritivas são oferecidas apenas uma ou duas vezes por semana (seguir instruções do fabricante).
Eles precisam também de proteínas, obtidas comendo insetos e larvas na natureza. A necessidade pode ser suprida com uma boa farinhada industrializada com cerca de 20% de proteína.
As mais nutritivas são oferecidas apenas uma ou duas vezes por semana (seguir instruções do fabricante).
Na muda e reprodução, épocas de maior desgaste, dá-se a farinhada diariamente.
Frutas e verduras (cuidado com os agrotóxicos) podem ser servidas uma vez por semana e, na muda e reprodução, dia sim, dia não - giló e almeirão costumam agradar.
Gaiola:
manter em local arejado, sem
correntes de ar, sem abafá-la permanentemente com panos ou plásticos.
Forrar a bandeja com papel-toalha, trocado diariamente.
A grade inferior é importante para evitar o contato da ave com as fezes.
Deixe a ave tomar sol antes das 10 horas da manhã por 10 a 15 minutos e banho também. Terminado o banho, tire a banheira para não contaminar a água com dejetos. Por Vet.Claudia Kortwich, especializada em aves
A grade inferior é importante para evitar o contato da ave com as fezes.
Deixe a ave tomar sol antes das 10 horas da manhã por 10 a 15 minutos e banho também. Terminado o banho, tire a banheira para não contaminar a água com dejetos. Por Vet.Claudia Kortwich, especializada em aves
PARA SABER MAIS
Criadouros comerciais de Canoros Brasileiros - Bicudo: Brasília: José C. Dianese, ;
Onir Jardim, (; Reinaldo Cantuária, ; Zózimo Guimarães, (. Bicudo, Canário-da-Terra e Curió: Ribeirão Preto: Aloisio Tostes, . Porto Alegre: José Avelino da Rocha, . Bicudo e Curió: Mogi das Cruzes: Brás da Silva (. São Paulo: Nelson Martins, ( 5. Bicudo, Caboclinho, Coleira e Pintassilgo: São Paulo: Geraldo Magela, . Canário-da-Terra: Belo Horizonte Helio Brandão, .
Canário-da-Terra e Curió: Belo Horizonte: Cláudio Marques, , e Washington dos Santos Jr., . Curió: Florianópolis: Jorge Heusi, . São Paulo: Isair Alves, ( Federação Brasileira de Criadores de Pássaros: (19) 422-2736, Piracicaba. Palestras gratuitas sobre pássaros canoros brasileiros: de fevereiro a julho. Serca: tel. (11) 6692-4512, São Paulo.
Onir Jardim, (; Reinaldo Cantuária, ; Zózimo Guimarães, (. Bicudo, Canário-da-Terra e Curió: Ribeirão Preto: Aloisio Tostes, . Porto Alegre: José Avelino da Rocha, . Bicudo e Curió: Mogi das Cruzes: Brás da Silva (. São Paulo: Nelson Martins, ( 5. Bicudo, Caboclinho, Coleira e Pintassilgo: São Paulo: Geraldo Magela, . Canário-da-Terra: Belo Horizonte Helio Brandão, .
Canário-da-Terra e Curió: Belo Horizonte: Cláudio Marques, , e Washington dos Santos Jr., . Curió: Florianópolis: Jorge Heusi, . São Paulo: Isair Alves, ( Federação Brasileira de Criadores de Pássaros: (19) 422-2736, Piracicaba. Palestras gratuitas sobre pássaros canoros brasileiros: de fevereiro a julho. Serca: tel. (11) 6692-4512, São Paulo.
In Cães & Cia
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Fonte:sitiodocurio.com.br
CANTO DAS AVES
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