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quinta-feira, 20 de novembro de 2014
Paul Gibier
Nascido em 1851, Paul Gibier foi um dos sábios pesquisadores da fenomenologia espírita no século XIX e membro da Sociedade de Pesquisas Psíquicas de Londres.
Além de médico e diretor do Laboratório de Patologia Experimental e Comparada do Museu de História Natural de Paris, também foi autor de duas obras conhecidas: O Espiritismo (Faquirismo Ocidental) e Análise das Coisas.
Como tantos outros de sua época, Paul Gibier pretendia revelar as mistificações mas, pouco a pouco, se fez defensor da nova ciência psíquica, com uma certeza que aumentava no decorrer do número e da variedade de experiências.
Optou por não divulgar suas pesquisas prematuramente, sem confirmações científicas, mas mesmo assim, ficou comprovado que muito avançou nos estudos para a sua época.
Em 1900, enviou ao Congresso Internacional Oficial de Psicologia, reunido em Paris, um relatório de várias materializações de espíritos, observadas em seu laboratório em Nova Iorque, na presença de várias testemunhas. Paul Gibier desencarnou em junho do mesmo ano, em um acidente a cavalo.
Fonte: http://www.autoresespiritasclassicos.com
terça-feira, 4 de novembro de 2014
Madame D'Esperance
Elisabeth D'Esperérance, ou Madame D'Espérance, cujo verdadeiro nome era Mrs. Hope, foi médium de
grande projeção, tendo servido de instrumento para as pesquisas encetadas por muitos sábios de sua
época.
Sua carreira no campo mediúnico
alcançou grande notoriedade, abrangendo o continente europeu e principalmente a Inglaterra.
Apareceu em público pela
primeira vez, graças à interferência de T. P. Barkas, cidadão bastante relacionado na cidade de New
Castle. Nessa época a médium era uma mocinha de educação média, entretanto, quando em transe
mediúnico, demonstrava bastante discernimento das coisas, revelando um grau elevado de sabedoria,
muito acima do consenso geral.
Extensas listas de perguntas
eram elaboradas por Barkas, abrangendo vários aspectos da Ciência, e as respostas eram obtidas com
incrível rapidez, e geralmente em inglês, porém, algumas vezes em alemão ou em latim.
A médium viveu em meio dos casos
mais estranhos, desde a mais tenra idade, pois, em suas memórias, ela descreve as suas aventuras com
Espíritos de aparência infantil, que com ela brincavam, altercavam-se e logo após se reconciliavam.
Suas faculdades mediúnicas foram das mais portentosas e se intensificaram com o decorrer dos anos,
especialmente no campo das materializações, onde conseguiu resultados verdadeiramente
impressionantes.
Na obscuridade escrevia
respostas as mais sofisticadas às questões formuladas por pessoas que as buscavam em uma biblioteca
inteira. Tais indagações eram formuladas de forma aleatória, em inglês, alemão ou latim e mereciam
respostas no mesmo idioma, sem qualquer espécie de erro de estilo ou de gramática.
Por seu intermédio encetaram-se
várias e freqüentes experiências com o Espírito de belíssima jovem árabe, de negra e ondulada
cabeleira, de pele morena e muito graciosa.
Demonstrou notável capacidade
nos fenômenos de materializações, principalmente na formação de plantas que passavam a ter
prolongada duração e que eram colocadas em jardins.
Afirmou o Dr. William Oxley que
conseguiu, através da médium, a materialização de 27 rosas e outras plantas em uma só sessão. Dentre
essas plantas salientava-se uma cujo nome científico era "Ixora Crocata", que foi colocada numa
estufa, e ali viveu cerca de três meses, quando então se secou.
Oxley também presenciou a
materialização, com grande nitidez, de uma jovem de rara beleza, a qual, após apresentar-se em toda
a sua magnitude começou a desmaterializar-se, a começar pelos pés, como se fora uma estátua de cera
colocada sobre uma placa quente. Vários outros comentários de Oxley estão contidos em sua obra
"Revelações Evangélicas".
O Conde Alexander Aksakof também
realizou várias pesquisas com a famosa médium, obtendo resultados os mais positivos, o mesmo
sucedendo com o professor Butlerof, catedrático de Química da Universidade de Petersburgo.
Certa manhã, a médium, estando
ocupada em escrever algumas cartas comerciais, em dado momento verificou, com espanto, que sua mão
havia escrito automaticamente o nome "Swen Stromberg". Ninguém soube explicar de quem se tratava.
Algum tempo após, quando Aksakof
e Buttlerof faziam experimentações no sentido de fotografar Espíritos materializados, atrás da
médium apareceu também a figura de um homem. Consultado, o mentor espiritual explicou tratar-se de
um personagem cujo nome era exatamente Swen Stromberg, o qual havia desencarnado no dia 13 de março
daquele ano, em New Stockholm, e pedia que seus pais fossem avisados sobre o seu decesso.
Os pais, quando viram a
fotografia reconheceram de pronto o filho que havia desencarnado, deixando esposa, filhos e sendo
pranteado por muita gente.
Fontes: Paulo Alves de
Godoy e Antonio de Souza Lucena
Personagens do Espiritismo
sábado, 4 de outubro de 2014
Alexandrer Aksakof
Alexandrer Aksakof nasceu na Rússia, no seio de nobre
família, cujos membros ocuparam sempre lugar de destaque na literatura e
nas ciências. Começou seus estudos no Liceu Imperial de São Petersburgo
- instituição da antiga nobreza da Rússia - e uma vez concluídos
dedicou-se ao estudo da Filosofia e da Religião, tendo para isso que
aprender o hebraico e o latim, visando um melhor entendimento da obra
grandiosa de Swedenborg.
Após
estudar com afinco cursos e ramos da Filosofia, escreveu a primeira
obra em francês no ano de 1852 sobre Swedenborg: "Uma exposição metódica
do sentido espiritual do Apocalipse, segundo o Apocalipse revelado". Em
1854, caindo em suas mãos a obra de Andrew Davis: "Revelações da
Natureza Divina", Aksakof abriu novos horizontes às suas aspirações e
tendências intelectuais, reconhecendo um mundo espiritual de cuja
realidade não mais duvidava.
Para
fazer um completo estudo fisiológico e psicológico do homem,
matriculou-se em 1855 como estudante da Faculdade de Medicina de Moscou,
onde ampliaria os seus conhecimentos de Física, Química e Matemática,
ao mesmo tempo em que acompanhava, passo a passo, o desenvolvimento
espírita na Europa e na América.
Para isso ele revolvia livrarias e
pedia de qualquer lugar as obras que não se encontravam nas livrarias de
sua terra. A partir de 1855 ele inicia a tradução para o russo de todas
as obras de Allan Kardec, Hare, Edmonds, Dale Owem, William Crookes,
"Relatório da Sociedade Dialética de Londres", e a fundação de
periódicos como o "Psychische Studien", de Lípsia, uma das melhores
revistas sobre Espiritismo.
A
obra de Aksakof não se restringiu apenas a escrita. Criou adeptos entre
pessoas de talento reconhecido, muitos deles cientistas, que, através
de experiências feitas com médiuns famosos como Dunglas Home, levou a
Rússia a formar a primeira comissão de caráter puramente científico para
o estudo dos fenômenos espíritas.
Para essa comissão, Aksakof mandou
vir da França e da Inglaterra os médiuns que participariam das
experiências. Como resultado, por haver fugido das condições
pré-estabelecidas, tal comissão chegou a conclusões errôneas sobre o
Espiritismo, saindo como relatório conclusivo o livro "Dados para
estabelecer um juízo sobre o Espiritismo", onde afirmava a falsidade dos
fenômenos observados. Aksakof contestou a comissão com um outro livro
intitulado: "Um momento de preocupação científica".
A
seguir, o valente russo voltou as suas baterias verbais contra o
célebre "filósofo do inconsciente" Von Hartmann, publicando uma obra
volumosa, a mais completa que se conhece sobre o assunto versado
"Animismo e Espiritismo", que mais o fortaleceria como eminente
cientista e pesquisador nato.
Homem
de brilhante posição social, ele consagrou-se durante 25 anos ao
serviço do Estado, alcançando vários títulos, tais como: conselheiro
secreto do Czar, conselheiro da corte, conselheiro efetivo do Estado, e
outros que não são mais que um prêmio aos bons serviços prestados por
ele à sua pátria. Verdadeiro sábio, raras vezes se acham reunidas tanta
inteligência, tanta erudição a um critério imparcial.
Jamais se deixou
arrastar pelos entusiasmos das suas convicções; nunca perdeu a
serenidade em seus juízos, e, no meio da sua fé, tão ardente e sincera,
não esqueceu o raciocínio frio que lhe fez compreender quais podem ser
as causas dos fenômenos que observava, o que o colocou acima dessa
infinidade de fanáticos que não estudando, não experimentando, e aceitam
como bom tudo quanto se lhes querem fazer crer.
Polemista
temível e escritor delicado, os trabalhos de Aksakof levam a convicção
ao espírito; e tal sinceridade se vê em suas obras que, lendo-as,
sente-se a necessidade de crer nelas. Alie-se a isto um caráter bondoso e
uma vontade de ferro, que não se demove frente aos obstáculos, assim
como a uma paixão imensa pelo ideal que o leva a percorrer a Europa para
fazer experiências, e ter-se-á uma idéia superficial a respeito do
investigador incansável, dotado de uma alma varonil e de um talento
primoroso.
Nunca permaneceu ocioso; seus artigos abundavam nos
periódicos espíritas, e não há pessoa medianamente ilustrada que não
conheça alguma das suas célebres experiências com os médiuns Home,
Slade, d'Esperance, ou algum de seus estudos acerca de fantasmas e
formas materializadas. Assim foi Aksakof, o maior de todos os soldados
da grande Rússia, um soldado que combatia idéias, ideal com ideal,
desonra com honra, preconceitos com dignidade.
ALEXANDRE AKSAKOF OU AKSAKOW
Filósofo
russo e investigador psíquico, de tradicional família da nobreza russa,
encarnado em Repiofka, vila de Penza, no sudoeste de Moscou (Rússia),
no dia 27 de Maio de 1832; desencarnou em São Petersburgo (chamada
Leningrado, no período de domínio comunista), no dia 4 de Janeiro de
1903.
Descendente de antiga e nobre família, cujos membros sempre ocuparam lugar de destaque na literatura e nas ciências.
Um
seu tio, Sr. Aksakof, foi autor de várias obras consideradas clássicas;
os dois filhos deste seu tio, primos de Alexandre, foram também
escritores muito notáveis. Um deles, Constantino, publicou livros sobre
história e filosofia; o outro, advogado, foi um dos mais distinguidos
literatos da Rússia.
Mas, para Aksakof não há necessidade dos méritos de sua família, para fazer brilhar os seus próprios.
Na sua mocidade Aksakof já revela acentuadas tendências para investigações a respeito das coisas relacionadas com a alma e o mundo espiritual.
Aksakof
iniciou os seus estudos no Liceu Imperial de São Petersburgo -
instituição privilegiada da antiga nobreza russa, e, após, terminados,
dedicou-se à Filosofia, levado por seu caráter positivo e sistemático, e
à Religião, estudando, tal a sua preocupação com essas matérias, o
hebraico, com base na obra de Antonie Fabre d´Olivet, poeta e erudito francês (1768-1825), autor de "La Langue Hébraique",
e o latim, para estudar as obras, traduzidas para a língua de Cícero,
do pensador sueco Emmanuel Swedenborg (Estocolmo, Suécia, 1688 -
Londres, Inglaterra, 29 de Março de 1772, com 84 anos), médium vidente e
psicógrafo intuitivo, considerado por muitos o "primeiro espírita do mundo", autor das obras: "Arcana Coelestia"
(The Heavenly Arcana, traduzida do latim para o inglês pelo Reverendo
John Faulkner Potts, B.A. Lond, Standart Edition, 12 volumes, editados
pela Swedenborg Foundation Incorporated, New York, 1938/1941), "Apocalypse Explained" ("A posthumous work of Emanuel Swedenborg" em 6 tomos, editados, em 1946, também pela Swedenborg Foundation Incorporated, New York), "O Céu e as suas maravilhas e o Inferno, segundo o que foi ouvido e visto",
(traduzido do original latino por Levindo Castro de La Fayette, 1ª.
edição, editado em 1920, por Oficinas Gráficas da Casa Cruz, Rio de
Janeiro). "Le Terre Nel Cielo Stellato" (Fratelli Bocca - Editori - Milano - 1944, versão italiana do original latino "Telluribus in Coelo Astrifero" de 1758, pelo cura L. Scocia), "A Verdadeira Religião Christã"
(Livraria Freitas Bastos, S/A - Rio de Janeiro - S. Paulo, 1964,
traduzida do latim para o francês por I.F.E. Le Boys des Guays, e para o
português por J.M.Lima), publicadas naquele idioma, e que, na sua
juventude pretendeu traduzir para o russo, porém, encontrou dificuldades
em razão do estilo genial, muitas vezes obscuro e sempre original do
Vidente Swedenborg.
Durante
anos Aksakof fez cursos de Filologia, entre os quais o de seu próprio
idioma, nos quais aprofundou-se ajudado pelo célebre lexicógrafo, Sr.
Dahl (o qual, mais tarde, traduziu para o russo a primeira obra de
Aksakof, publicada em francês, em 1852, sobre Swedenborg: " Uma exposição sistemática do sentido espiritual do Apocalipse segundo O APOCALIPSE REVELADO".
Em 1854 chega às mãos de Aksakof a obra "Revelações da Natureza Divina", de A. J. Davis, que o despertou para o mundo espiritual, de cuja realidade não duvidava.
Em
1855, para fazer um estudo completo, fisiológico e psicológico do
homem, Aksakof matriculou-se como estudante livre na Faculdade de
Medicina de Moscou, ao mesmo tempo em que ampliava seus conhecimentos
sobre Física, Química e Matemática. - Nesse período, recebeu uma obra de
Beecher - Revista de Manifestações Espíritas - a primeira que sobre
esse assunto chegou às suas mãos e, procurando colocar-se ao corrente
das publicações sobre tal assunto, e seguir, passo a passo, o movimento
espiritista na América e na Europa, fortalecendo os seus conhecimentos
com todos os livros sobre Magnetismo e Espiritismo, - entre outros os de
Cahagnet, a quem visitou em Paris, em 1861 - que eram, então publicados
principalmente na França, e fazendo sacrifícios que só seu Espírito,
sempre ávido de aprender podia levar a cabo, revolvendo livrarias e
pedindo a todas as partes exemplares que não se achavam na Rússia.
Pode-se,
assim, dizer, que 1855 assinala o início do trabalho de Aksakof em prol
do Espiritismo, que se estendeu com a tradução para o idioma russo de
todas as obras de Allan KARDEC (1804-1869), de Robert HARE, MD (1781-1858), de John Worth EDMONDS "Judge" Edmonds, (1816-1874), de Andrew Jackson DAVIS (1826-1910), de Robert Dale OWEN (1801-1875), do boletim da "London Dialectical Society"(1867), os trabalhos de William CROOKES (1832-1919) e a fundação de periódicos como Estudos Psíquicos.
Aksakof foi professor da Academia de Leipzig; fundador e diretor do jornal "Psychische Studien" (Estudos Psíquicos), em 1874, na Alemanha, e, posteriormente, com a sua morte, intitulado "Zeitschrift für Parapsychologie", graças ao trabalho do Barão Schrenck-Notzinge.
Em 1881, Aksakof patrocinou a fundação e foi diretor do jornal hebdomadário "Rebus", primeira publicação de uma revista de assuntos psíquicos na Rússia.
Foi Conselheiro de Estado na corte do Tzar Alexandre III, da Rússia.
Os fenômenos de Hydesville, em 1848, despertaram sua atenção; começou, porém, a interessar-se pelas manifestações dos Espíritos em 1855.
Suas experiências e observações
Como
experimentador e observador científico, Aksakof realizou excepcionais
trabalhos no campo espírita, com o concurso dos mais famosos médiuns de
seu tempo; viajou para diversos países, podendo assim realizar
experiências com Madame d´Esperance, Eusápia Paladino, D.D. Home, Cook, e
outros, com as quais, em 1890, publicou, em Leipzig, Alemanha, sua
monumental obra "Animismus und Spiritismus", ensaio de um exame crítico, em dois volumes.
COMISSÃO DE PROFESSORES
Em 1892, em Milão, na Itália, participou de inúmeras experiências com médiuns famosos, para atestar a veracidade dos "fenômenos observados na obscuridade", das quais sobressai o seu brilhante relatório da "Comissão de Professores", valorizado pela apreciação de Cesare Lombroso, que, a essa Comissão, lamenta e se confessa envergonhado da confissão que dirigira, em carta, ao professor Ernesto Ciolfi.
Foram participantes dessa Comissão:
Alexandrer Aksakof, Conde, Doutor em Filosofia, lente da Academia de Leipzig, diretor do jornal "Psychische Studien" (Estudos Psíquicos) e Conselheiro de S.M., o Imperador da Rússia;
Ângelo Brofferio,
Cientista italiano, Professor de Filosofia, de Milão; que aceitou as
manifestações espíritas, após suas experiências com a mediunidade de
Eusápia Paladino;
Charles Richet,
Médico e fisiologista francês (1850-1935), Doutor, Professor-Adjunto da
Faculdade de Medicina de Paris e Diretor de "Annales des Sciences
Psychiques", órgão oficial da "Societé Universelle d´Études Psychiques",
de Paris, França;
Césare Lombroso, Doutor, antropólogo e notável criminalista italiano, autor da célebre obra " L´Uomo Delinqüente";
G.M. Ermacora, Professor de Física, em Pádua;
Professor de Física, em Milão;
Giovanni Schiaparelli, Diretor do Observatório Astronômico de Milão;
Giuseppe Gerosa, Professor de Física da Escola Real Superior de Agricultura de Porcini;
Hércules Chiaia,
Doutor, cientista italiano, introdutor do Espiritismo em Nápoles. Sua
desencarnação ocorreu exatamente no dia em que corrigiu a última palavra
do seu livro "O Espiritismo";
Du Prel, Barão Karl,
Filósofo e pesquisador psíquico, natural de Landshut, na Baviera,
Alemanha, onde encarnou a 3 de Abril de 1839; desencarnou 4 de Agosto de
1899, em Heiligkreuz, no Tirol.
(A
polêmica entre o Conde Alexandre Aksakof e o Dr. Hartmann, provocada
pela primeira edição alemã da obra de Aksakof, "Animismo e Espiritismo",
refutando uma obra do Dr. Hartmann, publicada sob o título "A Hipótese
dos Espíritos e seus Fantasmas", desperta Du Prel, e o torna um defensor
do Espiritismo).
O CONFRONTO COM O SÁBIO HARTMANN
Em
1855, em Berlim, o Prof. Edwing Von Hartmann, Doutor em Filosofia -
continuador de Schopenhauer - crítico dos fenômenos mediúnicos,
especialmente em relação com as hipóteses da "força nervosa", da "alucinação" e do "inconsciente", publica a obra "Der Spiritismus" (O Espiritismo), traduzida nesse mesmo ano para o inglês por C.C. Massy, com o título "Spiritualism".
Essa obra, de oposição, provocou memorável debate com Alexandre Aksakof, que, em resposta a obra intitulada "Der Spiritismus" (O Espiritismo, Berlim, 1885, traduzida para o inglês por C.C. Massy, com o título "Spiritualism"), publicou "Animismus und Spiritismus" (Animismo e Espiritismo).
"Animismus und Spiritismus"
foi traduzida do russo para o alemão por Witting, Leipizig, em 1890; O.
Mutze, quarta edição, em dois tomos; do russo para o francês, por
Berthold Sandow, com o título "Animisme et Spiritisme", Paris, França, Librairie des Sciences Psychiques, 1895, 1ª. ed. "in"
8. 635p., com ilustrações, e para diversos idiomas, entre os quais o
castelhano, inglês, português e italiano. No Brasil o seu tradutor foi o
Dr. C.S., conforme direitos cedidos à Federação Espírita Brasileira,
que o editou sob o título "Animismo e Espiritismo".
Nessa obra os fenômenos mediúnicos são estudados de forma crítica, especialmente em relação às hipóteses da força nervosa, da alucinação e do inconsciente. "La Revue Spirite" (Outubro de 1895, p. 37), anota que "é
incontestavelmente a obra mais importante e mais completa que jamais
foi escrita sobre o Espiritismo, no ponto de vista científico e
filosófico".
Prefaciando essa sua obra, Aksakof escreveu:
"Não
pude fazer outra coisa mais do que afirmar publicamente o que vi, ouvi e
senti; e quando centenas, milhares de pessoas afirmam a mesma coisa,
quanto ao gênero do fenômeno, apesar da variedade infinita das
particularidades, a fé no tipo de fenômeno se impõe".
"Não
posso, pois, lamentar ter consagrado toda a minha vida à aquisição
desse objetivo, se bem que por caminhos impopulares e ilusórios, mas que
eu sei são mais infalíveis do que essa ciência. E, se consegui de minha
parte, trazer ainda que só uma pedra à ereção do templo do ESPÍRITO -
que a Humanidade, fiel à voz interior, edifica através dos séculos com
tanto labor, será para mim a única e mais alta recompensa a que posso
aspirar."
E essa pedra, à ereção do templo do ESPÍRITO, ele a trouxe, com muito valor científico.
A RÉPLICA DO DR. ED. VON HARTMANN
A primeira edição original alemã, da obra "Animismo e Espiritismo", publicada em Leipzig, em 1890, provocou, por sua vez, uma réplica do Dr. Von Hartmann, que, em 1891, publicou "Die Geister-hypothese des Spiritismus und seine Phantome" (A hipótese dos Espíritos, o Espiritismo e seus Fantasmas). Leipzig, 1891, Fiedreich, "in"
8. 120 pp., que o sábio Karl Du Prel, se encarregou de responder, dada a
impossibilidade de Aksakof responder, em razão de seu estado de saúde.
A obra "Un cas de dématérialisation partielle du corps d´um médium", também de autoria de Aksakof, traduzida do alemão, com ilustrações. Paris, Librairie de l´Art Indépendent, 1896, "in" 8. 221 p. foi traduzida, para o nosso idioma, com o título "Um caso de desmaterialização parcial do corpo dum médium",
por João Lourenço de Moura, e editada pela Federação Espírita
Brasileira - Rio de Janeiro - RJ, 1902, 1ª. ed. 1979, 3ª. ed. 197 p.,
acompanhada da história das aparições do Espírito de Katie King.
Aksakof
aborda, nessa obra, o fenômeno da materialização, e, visando despertar a
alma humana para os segredos de além-túmulo, prova, por métodos
científicos, a realidade dos fenômenos espíritas. É uma obra capital
para conhecimento dos fatos de materializações dos Espíritos e
indispensável como complemento ao estudo do livro de Mme. d´Espérance, "Au Pays de l´Ombre" (Shadow Land), vertido para o nosso idioma com o título de "No País das Sombras".
Em 1892, Aksakof fez parte da comissão de cientistas reunida em Milão, Itália, para examinar a famosa médium Eusápia Paladino.
Publicou, ainda:
"Étude sur les matérialisations des formes humaines", S. L. 1897, "in" 8, no qual trata da escrita direta, impressão de mãos materializadas, etc.
"Predvesttniki Spiritizma Zapoledmie 250 Lyet" (Precursores do Espiritismo desde 250 anos).
"Um monumento de preocupação científica", em russo, refutando o livro do opositor russo Professor Demetrius Ivanovich Mendeleyeff, autor da obra "Material by which to judge Spiritualism", que reúne dados para estabelecer um juízo sobre o Espiritualismo.
Foi fundador e diretor da revista "Revue du Médium" (1873), do periódico "Psychische Studien" (1874) e do semanário "Rébus" (1886).
(Da Revista ICESP, ano 4, nº 16, 4º trimestre/2005 - autoria Dr. Paulo Toledo Machado
Fonte: www.feparana.com.br
quarta-feira, 27 de agosto de 2014
Césare Lombroso
Césare Lombroso nasceu em Verona, no dia 6 de novembro de 1835. Faleceu no dia 19 de outubro de 1909, em Turim. Foi um dos fundadores da corrente positivista do Direito Penal. Suas pesquisas e seus livros, notadamente sobre antropologia criminal, tornaram-no conhecido e respeitado mundialmente.
Foram-lhe concedidas inúmeras honrarias. Perquirindo sobre as causas primeiras dos atos delituosos, direcionou a atenção dos estudiosos à pessoa do delinquente, visando precipuamente à humanização das penas. Concebeu a chamada “teoria do criminoso nato”, também conhecida como “teoria lombrosiana”, ainda hoje estudada nas Faculdades de Direito e de Medicina, na Cadeira de Medicina Legal.
Como os materialistas de sua época, acreditava que a personalidade moral nada mais era que a secreção do cérebro. E, nessa linha de raciocínio, a morte tudo extinguia (mors omnia solvit).
Em 1891, às insistências de um amigo, Lombroso foi assistir a uma experiência com a médium Eusápia Paladino. Observou inúmeros fenômenos de efeitos físicos.
Admitiu a realidade dos fenômenos. Todavia, preso às suas convicções materialistas, não podendo admitir pensamento sem cérebro e nem a sobrevivência do espírito após a morte, entendeu que ditos fenômenos eram causados por funções neurofisiológicas da sensitiva.
Em 1902, em outra sessão, Eusápia foi encerrada numa jaula, literalmente amarrada numa cadeira confortável. A jaula foi fechada e envolvida por pesados reposteiros. Alguns fenômenos de efeitos físicos. De repente, Lombroso percebeu que das cortinas emergiu um vulto, que veio deslizando em sua direção.
Um arrepio intenso percorre-lhe a epiderme, seus pelos ficam eriçados. Ele reconhece sua mãe. A mãe aproxima-se mais e mais, abraça-o carinhosamente, beija-lhe a face. Ele abraça-a também, sente sua carne, sente seu calor. Embora já um pouco surdo, ouve distintamente ela dizer-lhe em dialeto: “meu filho”.
O fenômeno atrai, a doutrina orienta. Lombroso devorou tudo que havia sobre Espiritismo. Tornou-se espírita. Entre outros, escreveu um livro muito sugestivo, traduzido para o português e editado pela FEB sob o título “Hipnotismo e Espiritismo”. Nesta obra ele refuta sua teoria do criminoso nato. Nesta obra ele refuta sua teoria do criminoso nato. Não é o tipo físico que determina o tipo psicológico.
É exatamente o contrário. O espírito reencarnante é quem, acoplando-se ao óvulo fertilizado, passa a dirigir a multiplicação e a diversificação das células, direcionando-as à constituição dos mais diversos tecidos do corpo, conforme modelo adredemente impresso em seu corpo espiritual. É o que a ciência de vanguarda denomina “MOB – modelo organizador biológico”, encarregado da elaboração e da manutenção do corpo físico.
No prefácio da citada obra, Lombroso confessou que seus melhores amigos tentaram demovê-lo da intenção de publicá-la, que certamente viria denegrir sua reputação. Todavia, tendo consagrado sua vida ao desenvolvimento da psiquiatria e da antropologia criminal, entendeu dever coroar sua carreira de lutas pelo progresso das ideias, defendendo a ideia mais contestada e zombada do seu século.
Assim, não hesitou em refutar a teoria do criminoso nato e publicou a obra. Efetivamente, a Academia só se reporta à primeira fase da produção científica de Lombroso, fase rica de conteúdo, mas incompleta porque inspirada no modelo materialista. Efetivamente, a ciência oficial resolveu esquecer Lombroso como espírita e grande inovador na relação “crime e castigo”.
Dia virá, e não está longe, que se cuidará mais da prevenção que da repressão da criminalidade; em que a pena perderá cada vez mais a característica de vindicta para se transubstanciar no instrumento maior de reabilitação do delinquente à vida social; em que, na aplicação e dosagem da pena, se analisará não apenas os motivos que levaram o delinquente ao ato tipificado como crime, mas também se questionará a responsabilidade moral do agente; em que os governantes compreenderão que vieram para servir, não para serem servidos (João, 13:12, 21:!% a 17); em que os motivadores de opinião resolverem implantar o reino de Deus já no plano material, conforme promessa foi lembrada por Jesus no Sermão da Montanha, quando asseverou que os “mansos herdarão a Terra”.
Nesse dia, Lombroso será reconhecido como um dos grandes difusores da nova era.
Fonte: mundoespirita.com.br
quarta-feira, 23 de julho de 2014
Herculano Pires,o Apóstolo de Kardec
José Herculano Pires foi o que podemos chamar de homem múltiplo. Em todas as áreas do conhecimento em que desenvolveu atividades – dentro e fora do movimento doutrinário – sua inteligência superior iluminada pela Doutrina Espírita e pela cultura humanística brilhava com grande magnitude, fazendo o povo crescer espiritualmente.
Herculano Pires, graduado em Filosofia pela Faculdade de Filosofia Ciências e Letras de Araraquara, hoje USP, foi titular da cadeira de Filosofia da Educação na Faculdade e membro da Sociedade Brasileira de Filosofia. Presidente do Sindicato dos Jornalistas Profissionais do Estado de São Paulo e fundador do Clube dos Jornalistas Espíritas de São Paulo, que presidiu por longos anos.
Diretor da União Brasileira de Escritores e vice-presidente do Sindicato dos Escritores de São Paulo. Presidente do Instituto Paulista de Parapsicologia. Foi reconhecido pela crítica como um dos renovadores do romance brasileiro.
E, o que é mais importante:
espírita desde os vinte e dois anos de idade, ninguém no Brasil e no
estrangeiro mergulhou tão fundo nas obras de Allan Kardec e ninguém
defendeu mais – e com mais competência do que ele – a pureza
doutrinária, que colocava acima das instituições e dos homens.
Herculano Pires nasceu em 25 de setembro de 1914 e faleceu a 09 de março de 1979.
A Fundação Maria Virgínia e José
Herculano Pires foi fundada em Agosto de 2001, em memória de Herculano e
de sua esposa Maria Virgínia, grandes divulgadores da Doutrina
Espírita, com o objetivo de conservar, recolher material e divulgar o
acervo de J. Herculano Pires: sua obra poética, literária, filosófica e
doutrinária.
Fonte:http://conceitoespirita.blogspot.com.br
segunda-feira, 13 de janeiro de 2014
Alziro Zarur,a voz do Espiritismo
Filho de imigrantes árabes - Ássima e Elias Zarur - foi aluno brilhante do Colégio Dom Pedro II e já nesse tempo demonstrava seu pendor para o jornalismo e para a liderança: depois de escrever em todos os órgãos do colégio, fundou o próprio jornal (O Atalaia) e foi chamado para dirigir o órgão oficial, Boletim do Colégio Pedro II.
Aos 15 anos, ingressou como jornalista profissional no matutino A Pátria, de João do Rio, sob a direção de Diniz Júnior.
Dono de uma voz tocante, participou da chamada "Era de Ouro" do rádio brasileiro. Criou os programas Enciclopédia Literária, Você não tem consciência!, Gatinhos e Sinucas, Teatro de Gente Nova, Policial Zarur e As Aventuras de Sherlock Holmes. Transcrevendo a obra de Arthur Conan Doyle para a linguagem radiofônica, Zarur lançou o programa policial educativo no país, encerrando todas as produções com a sentença: "O Bem nunca será vencido pelo Mal".
Tendo sido criado por sua avó no catolicismo romano e frequentado diversos círculos religiosos - templos protestantes, centros espíritas, sociedades positivistas, etc. - Zarur afastou-se dos círculos sociais durante 1 ano, entre 1948 e 1949, vivenciando um "exílio espiritual" para planejar, em pormenores, a obra que viria a fundar.
Assim, em 4 de março de 1949, criou o programa A hora da Boa Vontade na Rádio Globo. O programa, de forte cunho religioso, destinava-se principalmente aos doentes do corpo e da alma. Obteve índices estrondosos de audiência, mas foi muito criticado por pessoas do meio radiofônico, que viam a iniciativa de Zarur ora como um mero modismo, ora como fanatismo, ou ainda como maneira de projetar-se para futuros empreendimentos políticos.
Em 1950, fundou a Legião da Boa Vontade, com o objetivo de promover o diálogo inter-religioso e contribuir para o desenvolvimento solidário por meio de ações nas áreas social, educacional, cultural e filosófica.
Com o estabelecimento da LBV, Zarur iniciou a Cruzada de Religiões Irmanadas, em prol da união das crenças, na busca pela paz. Teve adesão de diversos padres, pastores, líderes espíritas e lideranças de outros segmentos doutrinários.
No entanto, oito anos depois abandonou o projeto dessa Cruzada alegando o despreparo das autoridades religiosas para o ecumenismo. Porém, sua preocupação em respeitar as diferentes religiões foi reconhecida pelo Vaticano. Zarur recebeu do núncio apostólico Dom Sebastião Baggio a medalha do Papa Paulo VI, "por serviços prestados à causa do Ecumenismo".
Em 1958, casou-se em cerimônia na Igreja Ortodoxa, religião de seus pais. A partir desta mesma data, concentrou a atuação da LBV na promoção da caridade.
Pelas ondas da Rádio Mundial, controlada por ele mesmo, Zarur motivou por todo o Brasil a formação de grupos particulares que promoviam ações beneficentes em nome da LBV.
Concedeu entrevistas em todas as emissoras de TV da época. Realizou programas culturais, dentro da série O Povo Quer Saber e O Show é Zarur, respondendo sobre os mais variados assuntos, com auditórios lotados. Dava grande ênfase ao Novo Mandamento dado por Jesus Cristo: Amai-vos uns aos outros como eu vos amei.
Na Rádio Mundial, de 1956 à 1966, divulgou toda a Bíblia, de meia em meia hora, durante as 24 horas do dia, fato único em todo o mundo.
E, 1965, quando o Rio de Janeiro comemorava 400 anos de sua fundação, Zarur foi homenageado com o título de "Radialista do IV Centenário". Recebeu também, com mais nove descendentes de sírios e libaneses, a Condecoração da Liga dos Estados Árabes (LEA), das mãos de seu ministro Plenipotenciário.
Atendendo ao pedido dos senadores Petrônio Portella e Nelson Carneiro, analisou a Lei de Diretrizes e Bases para o Ensino, sugerindo que ela fosse complementada por uma Lei de Diretrizes e Bases para a Educação, baseada em valores morais e princípios espirituais.
Sócio remido da Associação Brasileira de Imprensa (ABI) e da Associação Brasileira de Radiodifusão (ABR) e um dos pioneiros do Sindicato dos Jornalistas, Zarur criou a Associação Brasileira de Cronistas Radiofânicos (ABCR). Também lançou, em outubro de 1975, os fundamentos da Academia Brasileira de Escritores de Televisão, Rádio e Imprensa (Abetri).
Em 24 de junho de 1964, fundou uma espécie de partido político - o PBV, Partido da Boa Vontade - que, no entanto, nunca chegou a funcionar como verdadeiro partido. O partido nasceu para "atender a uma exigência espiritual do povo brasileiro" segundo Zarur, que pretendia se lançar à presidência em 1965. O PBV foi cassado em 1965, por força do art. 18 do Ato Institucional nº 2, de 27 de outubro de 1965, juntamente com vários outros partidos.
Em outubro de 1973, proclamou em Maringá a instalação na Terra da Religião de Deus, a 4ª Revelação de Deus aos homens - as demais haviam sido a revelação a Moisés, a revelação a Jesus Cristo e a revelação dos espíritos superiores a Allan Kardec.
Zarur também fundou a Agência Paz Promoções, que passou a ser responsável pelos lançamentos literários da LBV. Em 1976, Alziro Zarur sagrou-se campeão mundial de permanência no ar, com a impressionante marca de 33 mil audições.
Fonte:Wikipedia
sábado, 2 de novembro de 2013
Auta de Souza
“Reparte o pão que te enriquece a mesa,
Estendendo o teu horto de beleza,
E o Mestre Amado habitará contigo.”
Auta de Souza (Do livro Auta de Souza, psicografado por Francisco C. Xavier, p.83)
Nascimento
Auta de Souza nasceu no Estado do Rio Grande do Norte, na pequena cidade de Macaíba, em 12 de Setembro de 1876. Quarto filho do casal Elói Castriciano de Souza e Henriqueta Leopoldina Rodrigues de Souza, Auta teve como irmãos mais velhos Henrique Castriciano, Irineu e o Júnior, e, como caçula, o João Câncio.
Desde a infância Auta estudou, segundo Clóvis Tavares, " As grandes lições do sofrimento humano". Sua mãe desencarnou antes que a " cotovia mística das rimas" completasse três anos de idade; o pai seguiu a companheira em 1881, quando Auta tinha, portanto, cinco anos. Os avós maternos de Auta recolhem-na e aos irmãozinhos, levando-os para Recife, para o " Velho sobrado do Arraial". A perda dos pais foi, em parte, suprida pela dedicação da avozinha Dindinha - D. Silvina de Paula Rodrigues.
Aos sete anos já sabia ler e escrever, graças a um professor amigo e aos oito anos de idade "lia para as crianças pobres, para humildes mulheres do povo ou velhos escravos as páginas simples e ingênuas da História de Carlos Magno"
O triste desencarne do irmão
Na inesquecível noite de 15 de fevereiro de 1887 - Auta tinha dez anos - outra tragédia vem trazer nova e dura provação à "mais espiritual das poetisas brasileiras": o mano Irineu, o companheiro de todas as horas, é envolvido pelas chamas de uma lamparina de querosene, que explodiu. O menino resistiu ainda dezoito horas, mas foi, finalmente, juntar-se aos pais, no Além.
Essa sucessão de golpes dolorosos marcou profundamente sua alma sensível de mulher, caracterizada por uma pureza cristalina, uma fé ardente e um profundo sentimento de compaixão pelos humildes, cuja miséria tanto a comovia.
O sofrimento veio burilar a sua inata sensibilidade, que transbordou em versos comovidos e ternos, ora ardentes, ora tristes, lavrados à sombra da enfermidade, no cenário desolador do sertão de sua terra. Aos doze anos inicia seus estudos oficiais, no Colégio São Vicente de Paulo. Aí aprende o idioma francês, o que lhe permite ler os mestres da literatura francesa no original. Durante dois anos, estuda, recita, verseja, ajuda as irmãs do colégio, e, principalmente, aprimora sua fé, na leitura constante do Evangelho.
A enfermidade a acompanha
Aos 14 anos inicia "novos e doloridos passos do seu calvário". É a tuberculose que começa a ação devastadora. Desesperançada pelos médicos do Recife, vovó Dindinha retorna com os netos para Macaíba.
A grandeza de espírito de Auta mais uma vez se revela: mesmo molestada pela doença implacável, Auta escreve e ensina às crianças as primeiras noções de religião. A enfermidade, todavia, não detém a sua marcha. Torna-se necessário para D. Dindinha peregrinar pelo interior, à procura de clima seco: Angicos, Nova Cruz, Utinga, São Gonçalo, Serra da Raiz, etc., são visitadas. Mas a doença avançava, mais e mais...
Retorno à pátria espiritual
Porém, laureando-se na escola da dor, fez-se intérprete fiel das emoções de todos os que sofrem resignadamente. Por esse motivo, sua poesia recebeu a consagração do carinho popular. Foi na alma do povo que seus versos encontraram a mais profunda repercussão. Francisco Palma, num soneto, define-a como " A COTOVIA MÍSTICA DAS RIMAS". Em 07 de fevereiro de 1901, aos 24 anos de idade, Auta de Souza desencarna em Natal, capital do Rio Grande do Norte.
Escreveu um único volume de poemas, "Horto", publicado em 1900, pouco antes de sua morte, com prefácio de Olavo Bilac. A primeira edição esgotou-se em dois meses, ocorrendo fato análogo com a segunda edição, em 1911.
Até o presente, quatro edições do " Horto", vieram a público - a terceira prefaciada por Alceu Amoroso Lima, em 1936, e a última, em 1970. Sua produção poética antes de se chamar " Horto" , tinha o nome de "Dálias". Todo o livro é impregnado do sentimento cristão que sempre a inspirou. A mesma simplicidade, a mesma fé, a mesma ternura que emanam dos versos escritos em Espírito, pelas mãos de Francisco Cândido Xavier, podem ser identificados nos poemas da autora encarnada.
Entre a lavra da jovem enferma e a alma liberta, uma só diferença profundamente confortadora para quantos buscam o confronto sem a exclusiva preocupação de identificação do estilo - na existência física atormentada é a Ave Cativa, que canta seu anseio de liberdade, o coração resignado que busca no Cristo o consolo das bem-aventuranças prometidas aos aflitos da terra; além do túmulo é o pássaro liberto e feliz que, tornando ao ninho dos antigos infortúnios, vem trazer aos homens a mensagem de bondade e esperança, o apelo à Fé e à Caridade, indicando o rumo certo para a conquista da verdadeira vida.
Fonte:ocentroespirita.com
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