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sábado, 13 de dezembro de 2014

O Significado da Cruz para o Espírita


Nos dois planos da vida não há conquista sem esforço. Assim, para nós, encarnados, a cruz é qualquer dificuldade que nos aprimore o espírito. Seja uma doença, um relacionamento difícil ou qualquer obstáculo que nos faça privilegiar as coisas do espírito. Já para os desencarnados são os vícios não superados, os resgates não realizados, os deveres descumpridos, a culpa, o remorso pelas dificuldades não enfrentadas ou mal sofridas, enquanto militavam no corpo carnal.

Se buscamos, portanto, a nossa redenção, o caminho é único: tomarmos a nossa cruz e seguir o Mestre Jesus. Foi este o ensinamento que Ele nos deixou para alcançarmos a libertação almejada, a paz.

Fomos exortados a nos alegrar quando fôssemos odiados e perseguidos por causa de Jesus, pela nossa fé, porque seríamos compensados no Céu. Significa que devemos suportar com coragem as dificuldades que se nos apresentam em virtude de nossa fé, pois só assim seremos reconhecidos pelo Pai; caso optemos pelas coisas materiais seremos tidos como já recompensados na vida terrena.

Paulo (I, Coríntios, 1:18) nos ensina que Cristo usou o episódio da crucificação entre ladrões, para nos ensinar o caminho da vida eterna que jamais nos levará a Deus sem o aprimoramento e sem a sublimação de nós próprios. Por isso, Ele nos advertiu: “Se alguém quer vir após mim, renuncie a si mesmo, tome sobre si a sua cruz e siga-me” (Mateus, 16:24).


Fica claro que Jesus não desencarnou na cruz para redimir o pecado dos homens, mas para dar exemplo. A nossa cruz é pessoal e intransferível. Noutra oportunidade ensinou o Mestre que “cada um será recompensado, segundo as suas obras”, logo, todos temos que carregar a nossa própria cruz, ou seja, as nossas dificuldades. Não vamos nos livrar de nossas responsabilidades pelo sacrifício de outros, muito menos de Jesus que veio nos mostrar a Justiça Divina. Por esta Justiça Maior sabemos que a razão de ser de nossa existência é o aperfeiçoamento moral. Não teria sentido, portanto, que Jesus, de repente, abdicasse de seus ensinamentos e nos “perdoasse as faltas”, à custa do Seu sacrifício.

Paulo Alves Godoy em “O Evangelho por Dentro” pondera: “O pecado não se perdoa, não se lava, não se apaga. Ele é resgatado em nossas vidas terrenas, na pauta da lei justa e eqüitativa das vidas sucessivas das reencarnações”.

Mas estejamos atentos, como nos ensina Emmanuel em “Livro da Esperança”, Lição 80, pois Jesus ao conclamar-nos à renúncia de nós mesmos para segui-Lo, espera que tal renúncia não seja uma omissão ou fuga, mas que “demonstre rendimento de valores espirituais, em nosso favor e a benefício daqueles que nos cercam, ensinando-nos o desapego ao bem próprio pelo bem de todos”.


Portanto, as cruzes são todas as realidades terrenas que nos convidam a “esquecer-nos na construção da felicidade geral”. Isto nos causa, muitas vezes, separações difíceis, desilusões, provações familiares, aflições de toda sorte, abandonos, compromissos em nome da harmonia, caminhadas solitárias, lembrando-nos o Calvário do Cristo transportando “o madeiro que a nossa ignorância lhe atribuiu”.
 
Vinícius, no livro “Em Torno do Mestre”, nos lembra que o interesse próprio e a causa do Cristo são incompatíveis. Sempre haverá necessidade de renúncias, pois sem cruz, ou seja, sem dificuldades e sacrifícios, não há Cristianismo. Se não renunciamos, cedemos ao egoísmo, logo não podemos vacilar. O Enviado de Deus não impôs aos homens a sua autoridade; “conquistou-a na cruz”
Jesus ensinou: “Quem quiser salvar a sua vida, perdê-la-á, e quem perder (renunciar) a sua vida por amor de mim e do Evangelho, salva-la-á”. Quando entendermos, pois, que a cruz nos redime para o Cristo, teremos, finalmente, salvado as nossas vidas.

A cruz para nós espíritas significa, portanto, o instrumento de realização do que almejamos ou o resgate de nossos débitos para termos paz. Tão logo tenhamos consciência de que o que buscamos é a paz, por igual, descobriremos a cruz que nos levará ao aperfeiçoamento íntimo e à conquista desta grande meta.

Autoria: 
Marilene Ferreira Moraes

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