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sexta-feira, 30 de novembro de 2012

O Pranayama




No sânscrito, o termo pranayama poder ser traduzido como “controle do prana”. Explicações sobre o que é prana poderiam render um livro inteiro, mas, em linhas gerais, prana pode ser entendido como ar, alento ou energia vital. O prana é para os hindus o mesmo que o chi para os chineses (como no tai chi e no chi kung) e o ki para os japoneses (como no reiki e no aikido).

No yoga, pranayama são os exercícios respiratórios. Conforme um dos textos fundamentais do yoga, o Yoga Sutra, de Patañjali, os pranayama (sem “s”, pois o sânscrito não tem o plural como no português) são uma das últimas práticas externas e a primeira a conduzir o praticante para níveis mais sutis e internos de sua prática. 

Há um ditado que diz: “A mente é como um poço escuro e fundo; pranayama é a corda que usamos para sair dele e chegar à luz”. Com efeito, controlar a respiração é o primeiro passo para controlar a mente — ou, melhor, para não ser controlado por ela.

Mas, alguns perguntarão, o que há de difícil ou importante na prática da respiração? Qualquer pessoa sabe respirar e o faz sem que nenhum esforço seja necessário para isso; a respiração é uma das coisas mais naturais a qualquer ser vivo. 

A vida começa com uma inspiração e termina com uma expiração — daí a expressão “o último suspiro”. Estar vivo é respirar. Mas, talvez por ser algo natural e simples, podemos respirar de formas inadequadas e inconscientes. 





O leitor que já experimentou situações de stress intenso, de nervosismo ou de cansaço excessivo pode ter notado como a respiração se altera nessas situações. Sob a pressão dos problemas do dia-a-dia é quase inevitável ficar ofegante ou mesmo sem fôlego, como se o ar quisesse fugir de nossos pulmões ou como se o corpo não quisesse respirar. 

Com mais atenção, perceberemos que a alteração na respiração é conseqüência da alteração da mente e estas alterações são causadas por nossas próprias suscetibilidades; a fraqueza física, mental e emocional dá espaço para que sejamos tomados pelos problemas. 

Logicamente, se a mente e a respiração se modificam, é praticamente inevitável que todo o corpo as acompanhe. Exatamente por este motivo é bem comum uma pessoa nervosa expressar esse nervosismo em sua postura, nas marcas em seu rosto, no cenho franzido, na dureza de suas palavras.

 Enfim, tudo está interligado.
Mas, assim como a mente modifica a respiração, a respiração pode modificar a mente. Um dos exercícios de respiração mais simples que existem consiste em respirar lenta e conscientemente, buscando aumentar cada vez mais a lentidão e a consciência sobre a respiração. 






A lentidão exige que a respiração seja prolongada e que se use o diafragma para respirar; isto trará a sensação de estar “respirando com a barriga” e também proporcionará calma e relaxamento. A mente naturalmente ficará mais serena com essa respiração. A parte difícil deste exercício simples é evitar forçar a respiração.

 O esforço é necessário para qualquer prática desconhecida, mas pode fazer o praticante ofegar e cansar-se, aumentando os problemas que se pretende combater com o pranayama. É natural que no início seja difícil encontrar o melhor ritmo para a respiração, mas a prática constante e consciente dirá o que é mais adequado.

Um exercício como este — que na verdade é apenas uma preparação para os pranayama — pode ser feito a qualquer momento, em qualquer lugar, de preferência em silêncio e com os olhos fechados. É uma prática simples e segura, mas outras recomendações são necessárias (estas explicações, obviamente, não dispensam a orientação de um professor experiente). 

No yoga, toda respiração é feita pelo nariz (tanto a inspiração como a expiração). É importante relaxar o corpo durante a respiração; os ombros, os braços, o pescoço, os olhos e o rosto são partes do corpo em que se acumula muita tensão. 

Se houver chance sente-se ou deite-se para praticar. Também é de grande ajuda reservar um momento do dia e praticar sem interrupções, com o objetivo de criar uma rotina diária. Embora essa disciplina não seja fundamental no começo, ela ajuda muito e certamente trará melhores resultados.
O valor dos pranayama não está apenas em seus efeitos calmantes. 





Seu maior valor está no fato de que, uma vez que encontramos calma, podemos pensar com mais clareza, entender a realidade, lidar mais facilmente com os problemas que nos afetam — isto é, podemos nos conhecer melhor. 

Em outras palavras, respiração também é autoconhecimento.
Retornamos aqui ao início, lembrando que a respiração também pode ser um meio de “autodesconhecimento”. 

É bem fácil perder o controle mental e emocional quando respiramos rápido e sem ritmo, quando nos deixamos levar pelo nervosismo dos acontecimentos do dia-a-dia. Imersos nesse estado, acreditaremos facilmente que essas oscilações da respiração, da mente e das emoções são nossa natureza real. 

Mas não são. Pranayama é justamente a prática através da qual vemos com clareza que existe um centro estável e alheio à alteridade do mundo. Pranayama também é uma forma de conectar-se com esse centro a qualquer momento ou, ainda, de estabelecer uma ligação que jamais será perdida.
Fonte: luz e terra/advaitayoga.wordpress.com

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