CORAIS DO BRASIL
Eles existem há aproximadamente 250 milhões de anos. Já resistiram a vários
abalos ambientais, como maremotos e atividades vulcânicas. Atualmente, tentam
sobreviver à interferência do homem na natureza, que representa hoje uma grande
ameaça. Mais conhecidos como corais, esses animais marinhos são carnívoros
e vivem fixos no fundo do mar.
Após identificarem 15 espécies de corais recifais, até então pouco estudadas,
os pesquisadores do Departamento de Invertebrados do Museu Nacional/UFRJ,
Clovis Barreira e Castro e Débora de Oliveira Pires, se sentiram estimulados
a desenvolver um projeto para compreender como os corais se distribuem no
espaço, como se associam e se reproduzem, visando especialmente sua conservação.
Colunas de cogumelo
Os corais recifais são encontrados em dois mil e quatrocentos
quilômetros de extensão da costa brasileira. "A fauna de corais do Brasil,
apesar de pouco diversa, se comparada a outras regiões do mundo, apresenta
espécies raras que só existem aqui. Há formações recifais únicas no mundo,
como os ‘chapeirões’, que são colunas em forma de cogumelo", explica
Débora Pires.
Reprodução de corais: primeiros dados
Segundo os pesquisadores, a escassez de informação sobre a vida dos corais,
aliada a atividades na costa brasileira, como o turismo, a exploração de petróleo
e a contaminação da água por substâncias tóxicas, contribuem para a degeneração
desses animais marinhos. "Estamos gerando os primeiros dados científicos sobre
a reprodução de corais de todo Atlântico Sul. Aqui no Brasil, nunca tinha
sido feito nada parecido", revela Clovis Castro.
O local escolhido para a realização deste levantamento foi o complexo recifal
de Abrolhos, no Sul da Bahia. Segundo os pesquisadores, além da variedade
de espécies encontradas no lugar, a abundância facilita o recolhimento de
amostras para estudo, sem causar impactos ambientais. "Além do complexo recifal
de Abrolhos abrigar a maior biodiversidade marinha do Brasil, um estudo como
este necessita da coleta de muitas espécies que são abundantes na região.
Caso esta pesquisa fosse realizada no Rio de Janeiro, por exemplo, o impacto
ambiental seria muito maior", explica Clovis Castro.
Mas este é apenas o primeiro passo. O objetivo dos pesquisadores é montar,
futuramente, a partir deste conjunto de informações, um sistema de recuperação
de recifes de corais. "A idéia é utilizar o banco de dados como suporte para
semear recifes e recuperar outras comunidades de corais brasileiras, como
a de Arraial do Cabo e de Búzios, por exemplo", diz otimista a doutora Débora
Pires.
Corais
O termo coral é usado para designar animais marinhos do grupo dos cnidários,
que possuem esqueleto calcário ou córneo. O hábito de viver fixo no fundo
do mar fez com que os corais fossem durante muito tempo considerados plantas.
Atualmente, sabemos que eles possuem diversas características típicas do reino
animal, incluindo a organização do sistema nervoso e muscular, características
celulares, metabolismo respiratório e alimentação.
Os cnidários são um grupo de organismos que incluem, entre outros, as águas-vivas,
medusas, anêmonas-do-mar, octocorais, corais-pétreos e corais-de-fogo. Apresentam
corpo cilíndrico e cavidade gástrica com a estrutura de um saco aberto em
uma extremidade (boca) e fechado na outra (ausência de ânus).
Como vivem
O fato de permanecerem a maior parte do seu ciclo de vida fixos no substrato,
levou os corais a desenvolverem um modo de vida particular, com diversas funções
adaptadas a este hábito sedentário. Os corais apresentam basicamente duas
formas de reprodução: assexuada, sem a participação de gametas (células sexuais)
e sexuada, com a presença de gametas. Na reprodução sexuada, os corais desenvolvem
sistemas de fecundação que permitem aos gametas se encontrarem. Já a reprodução
assexuada, identificada nos hidrocorais, ocorre por brotamento.
Recifes de coral
Os recifes de coral são formações criadas pela ação de comunidades de diversos
organismos, como as algas calcárias e corais, entre outros organismos. Os
recifes de corais são os ambientes mais ricos e produtivos do planeta, tão
importantes para o ecossistema marinho como as florestas são para a vida na
terra. Já está comprovada sua importância para a humanidade: eles protegem
a costa brasileira da ação inesperada das ondas, abrigam e protegem grande
número de organismos que são capturados e consumidos pelo homem, fazendo o
papel de criadouro desses organismos. Além disso, servem como fonte de matéria-prima
para pesquisas farmacológicas. Já se tem exemplos de substâncias que foram
extraídas e transformadas em medicamentos para abaixar a pressão arterial,
antibióticos, antitumorais, entre outros.
Fonte: www.faperj.br
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